domingo, 21 de dezembro de 2008

Pai

Pai!
Pode ser que daqui a algum tempo
Haja tempo prá gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos
Pai e filho talvez...

Pai!
Pode ser que daí você sinta
Qualquer coisa entre
Esses vinte ou trinta
Longos anos em busca de paz...

Pai!
Pode crer, eu tô bem
Eu vou indo
Tô tentando, vivendo e pedindo
Com loucura prá você renascer...

Pai!
Eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Prá falar de amor
Prá você...

Pai!
Senta aqui que o jantar tá na mesa
Fala um pouco tua voz tá tão presa
Nos ensine esse jogo da vida
Onde a vida só paga prá ver...

Pai!
Me perdoa essa insegurança
Que eu não sou mais
Aquela criança
Que um dia morrendo de medo
Nos teus braços você fez segredo
Nos teus passos você foi mais eu...

Pai!
Eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito
Prá pedir prá você ir lá em casa
E brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar
Ah! Ah! Ah!...

Pai!
Você foi meu herói meu bandido
Hoje é mais
Muito mais que um amigo
Nem você nem ninguém tá sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz
Pai! Paz!...

Fábio Jr
Composição: Fábio Jr.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Presunto


Ontem fiz um sanduíche daqueles de lanchonete..... presunto, queijo, batatinha, alface, tomate e hambúrguer. Gostoso, gostoso.
O presunto e queijo recém comprados, dava pra sentir que eram fresquinhos. Me lembrei de quando trabalhei em uma lanchonete na Itália.

A "véia", mãe do dono da lanchonete, vigiava o nosso trabalho o tempo todo. Mandáva-nos passar na chapa o presunto "passado" para fazer os sanduíches. Me dava um nojo tão grande que sempre quando ela não estava por perto eu colocava fora os presuntos quase verdinhos. A partir de então dificilmente como algo com presunto quando estou fora de casa, mesmo no Brasil. Vai que os brasileiros (finjo acreditar que somos mais higiênicos que os italianos) também tenham esta prática de recuperar presuntos....

Minha experiência não foi muito grande em lanchonete. Realmente não sirvo pra isto.
Mas precisava ganhar uns euros para continuar meus estudos nella nostra Italia. Foi aí que descobri que o pouco de capoeira que sei eu podia ganhar uns euros. Dava aula de capoeira e de "brasiliano" (não, não era de português.)
Ebah!muito mais prazeroso...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O fim da estória*

Duas pequenas declarações de nossa autoria, publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo na edição de segunda-feira (8), provocaram surpreendente reação dos partidos oposicionistas e de seus porta-vozes na grande imprensa. Nossas frases, juntas, mal somavam cinco linhas. Para respondê-las, o Estado Maior da direita brasileira produziu um editorial com 727 palavras, um artigo com outras 823 e uma nota conjunta (assinada pelos presidentes do PSDB, do DEM e do PPS) com mais 284.

O que dissemos para causar tamanha incontinência verbal? Dissemos que o mundo vive uma crise do modelo neoliberal, do qual PSDB e o DEM foram os grandes patrocinadores no Brasil. Óbvio do óbvio. Até as paredes sabem o que desgoverno FHC fez na década passada e o quanto seus sagrados mandamentos (Estado mínimo, privatizações, corte de gastos e choque de gestão, entre outros) estão umbilicalmente ligados à bíblia do neoliberalismo. Os principais gestores daquele desgoverno fizeram a apologia do "fim da história", como se o capitalismo neoliberal pudesse representar a solução para todos os conflitos sociais, regionais e setoriais. Hoje, estamos assistindo ao "fim da estória", aquela estória que nos contaram os "neobobos" que privatizaram o Brasil.

Não há qualquer novidade nesse diagnóstico. Expressá-lo é um direito. Repeti-lo, um dever de todos os cidadãos que não querem a volta do modelo responsável por quebrar o Brasil três vezes e que, hoje, ameaça jogar o mundo inteiro na mais profunda recessão desde 1929.
Nos países centrais do capitalismo, importantes gurus do neoliberalismo já vieram a público reconhecer seus erros. No Brasil, ao contrário, os que passaram a vida papagaiando estes mesmos gurus agora correm para trás da moita e se escondem ali, rezando para que esqueçamos tudo o que escreveram, disseram e praticaram até ontem. Compreensível que reajam de maneira histriônica quando alguém traz à tona a memória de um passado tão incômodo.

Digna de nota, nesse caso, é a comovente solidariedade entre os parceiros do projeto fracassado. PSDB, DEM, PPS e mídia - aqui muito bem representada pelo tradicionalíssimo Estadão - uniram-se no ataque às nossas observações, embora com discursos diferentes.
Enquanto os partidos dizem que não podem ser responsabilizados pela crise, o Estadão repete, em editorial e na coluna de Dora Kramer, a tese cômica de que o presidente Lula deve sua alta popularidade ao fato de supostamente ter mantido os "fundamentos" da era FHC. No espaço diário que mantém no jornal, a colunista parece tão convencida de seu raciocínio que chega a nos dar uma chance de reparação: "Pode ter havido um mal entendido", diz ela. "Se houve, cabe ao PT esclarecer as coisas o quanto antes".

Então vamos aos esclarecimentos. Em primeiro lugar, não houve mal entendido. Dissemos e reafirmamos: o projeto de país inaugurado pelo PT e pelo governo Lula é diametralmente oposto daquele que foi sepultado quando FHC, o PSDB eo DEM deixaram o Palácio do Planalto, por soberana vontade popular.

O governo Lula promoveu um inédito crescimento com distribuição de renda, realizando o maior processo de inclusão sócio-econômica de que se tem notícia na história do país. Para chegar a esse resultado foram fundamentais a reorganização do Estado destruído e dilapidado na gestão anterior, a recuperação dos bancos públicos, o compromisso com os mais pobres, o combate incessante às desigualdades sociais e regionais, a democratização do crédito e dezenas de outras políticas públicas que levaram ao surgimento de um vigoroso mercado interno de consumo e que em nada se assemelham à pregação neoliberal.

Com Lula, o Brasil também abandonou a habitual submissão aos interesses norte-americanos, diversificou suas exportações, privilegiou a integração regional, articulou-se com demais nações emergentes e passou a atuar como protagonista em todos os fóruns internacionais sempre, diga-se, contra a vontade da oposição e da mídia em geral. Por eles, teríamos avalizado a ALCA (Área de Livre-Comércio das Américas), que sacramentava o Brasil como quintal dos EUA e cujo acordo FHC deixou pronto para ser assinado em 2005. Com a economia norte-americana em frangalhos, não é difícil imaginar o que seria do país hoje se o governo Lula não tivesse brecado toda a operação.

Esses são os motivos pelos quais o Brasil é considerado, pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o país mais bem preparado para o enfrentamento da crise internacional. E esses são os motivos da alta popularidade do presidente Lula.

Os que se envergonham do que fizeram não se iludam. Nós, do PT, fazemos questão de promover esse debate. E não para "patrocinar uma volta às origens". As mudanças que promovemos no Brasil em apenas seis anos são a maior prova de que nunca nos afastamos de nossas origens e de nossos compromissos.


*Ricardo Berzoini é presidente nacional do PT
**Paulo Ferreira é secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT*

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A vida é tão frágil. A vida é tão rara.


A vida é realmente frágil. Em uma semana eu e mais duas pessoas queridas sofreram risco de vida. Bati o carro, que deu perda total, meu tio teve avc e meu ex-namorado, e amigo, teve um pré-infarto. Fiquei em choque, em crise, em reflexão. A Jeanne ainda não voltou à ativa. Ainda estou triste, com medo, preocupada, meio deprê.

Daqui duas semanas volto ao meu Rio Grande do Sul, espero encontrar meu tio bem. Espero que a Jeanne volte. Aquela alegre, alto-astral, otimista, festeira, de bem com a vida.

Mas nada acontece por acaso também. Há de haver algum motivo pra cada um destes acontecimentos.

Que o final de ano leve tudo o que de ruim aconteceu e não deixe sequelas.....

E que o ano novo renove ainda mais as nossas esperanças.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Aniversário


Aniversário, natal e primeiro de ano são datas especiais e a gente quer sempre passar ao lado de pessoas que a gente ama.

Foi assim meu aniversário deste ano. Meus amigos fizeram uma festa surpresa na sexta-feira. Gostoso demais. Vários chopps, várias risadas. Depois saimos do barzinho e fomos em um outro aniversário. Dançamos até os pés reclamarem.

Na festa o Roberto, amigo baiano, diz: "mas o teu aniversário não é hoje. É amanhã, então "o amanhã" não pode passar em branco. Vamos fazer uma moqueca em comemoração ao teu aniversário". Prontamente começamos a pensar no dia que quase se iniciava.

Casa lotada, amigos queridos. Moqueca maravilhosa, cerveja gelada, música baiana, conversas, risadas, beijos e abraços.

A Baianidade Candanga representada, 13 estados, uns dez baianos, mais de 50 pessoas. Lá pelas tantas o Roberto, presidente da baianidade candanga, começa o discurso da noite. E me empossam Diretora da Embaixada Farroupilha da Baianidade Candanga. Quanta honra.

Domingo fomos no show do Paralamas do Sucesso. Só Brasília para proporcionar estas coisas. Show lotado e gratuito. Depois do show, para arrematar, fomos no sambão da AABB. Samba e samba e um aniversário muito comemorado, animado e muito gostoso.

Obrigada amigos!Obrigada!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Até parece que é favor

Eu fico impressionada com a indiferença do atendimento nos serviços de Brasília. Nos tratam como se fizessem algum favor para nós "deixando" a gente sentar no barzinho ou se hospedar no melhor hotel da cidade, como se não pagássemos o preço.

Nos tratam como se "tanto faz, tanto fez" se estamos alí ou não, pois se não estivermos haverá outro cliente para usar os serviços. Assim dá até vontade de desejar que feche o tal buteco.

Hoje desabafei. Fazia muito tempo (muito mesmo) que não brigava com vontade com alguém. E isto nos faz bem também. Quem disse que só alegria traz felicidade?

Sou "briguenta" por natureza. E gosto muito disto em mim. Sinto falta quando fico muito tempo sem reclamar os meus direitos ou sem ter que demarcar posição sobre algum assunto.

Semana passada cortaram a luz da minha casa. A minha indignação foi tamanha, pois (muito mais graças ao meu trabalho do que à Deus) pago todas as minhas contas em dia. TODAS.

Além disso, paguei a dita conta atrasada (de 2007 e que nem sei de quem era) e solicitei a CEB - nossa CEEE gaúcha - para religar a luz.
Cheguei tarde em casa, como rotineiramente chego. E nem ventilador pude ligar. Acordei cedo, cheguei tarde.... Resumindo findaram-se três dias e os meus "congelados" boiando em água.

Depois descobri que os funcionários da CEB tinham religado a luz, mas o que estava com problema desta vez era o disjuntor. Não me interessa, dizia eu para a dona da Imobiliária. Não é problema meu. O que sei é que perdi tudo o que tinha na geladeira. O pior foi limpar tudo e suportar o cheiro de podre invadindo o ambiente.

No mínimo quero ressarcimento dos congelados, ora bolas. Quinze minutos desabafando - e ouvindo desaforo de gente que presta serviços - pra depois me ressarcirem o mínimo que gastei.

Que bom. Pelo menos fiquei mais leve, eram tantas as críticas que queria fazer à imobiliária.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Saber Voar


Falar que bom quando é pra
Sonhar faz a vida mais feliz
as estrelas que não posso tocar
Estão tão perto estão no teu olhar

Cantar que bom quando é pra ti
Ver teu sorriso também me faz sorrir
Ó estrela não deixe de brilhar
Mesmo que tão longe sei que ela está lá

E mesmo que eu não te veja
Posso sentir quando pensa em mim
É como não ver o sol
Mas ter certeza que está lá
Transformando a noite em dia
Tristezas em alegria
E aquilo que era vazio
Foi embora pra não voltar mais

Queria saber voar
Pra lá do alto poder ver você
Te ver sorrir te ver sonhar
Coisas lindas quero te dizer
E se um anjo encontrar
Eu vou pedir pra ele te proteger
Ó estrela que me faz enxergar
Que a vida é linda de viver

Chimarruts

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Que assim seja

Foi um domingo emocionante. Chorei, chorei muito. Fiquei pensando até que ponto acredito ou não em Deus e até que ponto sou "oportunista" em deixar as coisas nas mãos Dele.
Mas tem horas que a gente não sabe mais o que fazer, não vê mais caminhos, luz, solução. Então a gente diz: "Que seja o que Deus quiser" ou "Entreguei nas mãos de Deus".

Este domingo fui visitar meu pai no Centro de Recuperação, onde está internado desde o início do mês, e a tarde teve a despedida de um interno que finalizava o tratamento. Muitos depoimentos, muita emoção e muitos gritos de "Glória a Deus".

Às vezes me questiono se acredito realmente em Deus e se ele realmente existe. Mas o que sei é que de alguma forma a crença em algo superior faz com que os homens mudem, mudem a postura frente à vida. Ou, ao menos, parece que dá mais força pra seguir em frente. Fica mais leve o peso de tudo.

Não sei. O que sei é que entreguei nas mãos de Deus e seja o que Deus quiser. Se assim ele existir, tomara, rezo, penso, oro, que ele queira que dê tudo certo.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Cada povo tem o governo que merece


Tomara que o 53% da população santamariense não se arrependa durante estes quatro anos. Tomara mesmo. Apesar de não morar mais em Santa Maria e nem ter vontade ou perspectiva para voltar a morar na cidade, tenho familiares, amigos e muito carinho pelo coração do Rio Grande.

O que não podem negar é que o PT deixou boas heranças: R$ 138,6 milhões para as obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), o que inclui projetos de infra-estrutura, mexer no tão esquecido Arroio Cadena - que se transformou, ao longo dos anos, em um esgoto aberto entre casas e crianças-, construção de casas populares, regularização fundiária, salário dos funcionários em dia, Centro de Eventos, Complexo Poliesportivo, Pronto Atendimentos novinhos, entre outros.

Foram oito anos vitoriosos, eu tenho orgulho de ter participado da gestão da Frente Popular que encerra o seu ciclo em dezembro deste ano.

Boa sorte, a eles e a nós.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

O Analfabeto Político

Posto aqui um texto muito conhecido de Bertolt Brecht, texto oportuno para contribuir nas reflexões a 5 dias das eleições municipais.
Ontem conversava com o meu irmão e dizia a ele que deveria ser considerado crime o incentivo ao voto branco. Foi tão difícil termos o direito ao voto garantido. Nós mulheres e negros foi mais suada ainda a conquista. Temos é que fazer campanha para o nosso candidato. Para o candidato que acreditamos que seja honesto, que irá realmente nos representar, que irá lutar pelos nossos direitos e anseios.
Quando dizem: "vou votar no menos pior". Aí está uma razão para incentivar novas candidaturas, novos nomes. Tem tanta gente boa na escola, na administração pública, na vizinhança, colegas de trabalho, enfim.... são estas pessoas que precisam se candidatar.
Há de depararmos com pessoas honestas e que honrem o nosso voto e a nossa representação.


"O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais."

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Com Lula, tudo bem. Com o PT, também. Não é hora de aventuras.*


A nova frase da campanha de Alckmin, em São Paulo, afirmando que' com Lula tudo bem, o problema é o PT', guarda inequívoca similitude com alguns intelectuais que asseguram que há necessidade de se reconstruir a esquerda, por conta de uma suposta cooptação de movimentos sociais e da militância por parte do governo petista. Há um tipo de análise da consolidação do sistema político-partidário brasileiro que, por operar no campo estéril da lógica binária, impossibilita a compreensão da dinâmica dos partidos, seus movimentos contraditórios, suas crises e recuperações. É um tipo de raciocínio que, esbarrando em oposições excludentes, não consegue avançar para além dos sofismas, tanto à direita quanto á esquerda.

O protagonismo do Partido dos Trabalhadores incomoda tanto o campo conservador que, há anos, sentencia o fim do seu capital político, quanto certos setores de uma esquerda que mescla, em doses desiguais, oportunismo e ingenuidade.

A nova frase da campanha de Alckmin, em São Paulo, afirmando que' com Lula tudo bem, o problema é o PT', guarda inequívoca similitude com alguns intelectuais que asseguram que há necessidade de se reconstruir a esquerda, por conta de uma suposta cooptação de movimentos sociais e da militância por parte do governo petista. Judicativos, asseveram que é necessário que alguém precise continuar dizendo que a combinação de um modelo excludente com políticas compensatórias não pode ser o projeto de uma esquerda séria. O problema aqui não padece apenas de incapacidade de análise de conjuntura, mas de uma inacreditável perda de memória do passado recente.

É bom recordar que o Partido dos Trabalhadores surgiu rompendo duas tradições: não nasceu dentro do Estado ou por iniciativa dele. Pelo contrário, sua criação se dá contra o aparato estatal e possibilita uma inédita articulação entre a política e a questão social. Foi a primeira experiência bem-sucedida de uma organização que, ao contrário de conhecidos arranjos, não nasceu de cima para baixo, mas da auto-organização da classe trabalhadora, impulsionada pela esquerda católica e por uma parcela expressiva dos que participaram da luta armada contra a ditadura militar.

Mudanças de curso, necessárias para se adequar ao capitalismo pós-industrial, não configuram perda de identidade ou efetividade política. Quem não consegue compreender a diferença entre o atual governo e o anterior no que diz respeito às prioridades na utilização do poder político e fiscal do Estado, deve atribuir a popularidade do presidente a um fenômeno que mistura a dimensão do carisma com uma perda generalizada de consciência política. E isso nada mais é que indigência analítica movida por má-fé.

Imaginar que o PSOL, nascido de uma dissidência parlamentar, pudesse se constituir em um real espaço de construção dos muitos embates que a classe trabalhadora tem pela frente, só revela o perigo que o desejo, quando confundido com a realidade, pode trazer. É a demonstração cabal de como um sonho - de gente, diga-se, muitas vezes bem intencionada – pode se transformar no seu oposto. Em um udenismo que não ousa dizer o nome. 'Uma falsificação' que se apresenta como 'trincheira',' lugar de resistência.'

E o que dizer do tucanato? Outra dissidência parlamentar que, sem base sindical ou uma história de luta de seus quadros mais orgânicos, se apresentou nos anos 1980, como a 'social-democracia brasileira'. Chegando ao poder, sucateou o patrimônio público, apostou em um ambiente institucional em que o Estado garantiria a 'expectativa racional' dos possuidores de riqueza.

Vamos, de uma vez por todas, demarcar o que é o campo democrático-popular. Dele fazem parte o PT, o PC do B, PDT e PSB. O restante, em um sistema partidário cada vez mais estabilizado, está no pólo oposto, como linha auxiliar do neoliberalismo do PSDB. Com Lula, tudo bem. Com o PT, também. Não é hora de aventuras.

* Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Observatório da Imprensa.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A gente também faz cinema


Esta semana fui duas vezes ao cinema. Quando comecei a ver "Os Desafinados", de Walter Lima Júnior, pensei: "vou escrever algo sobre as maravilhas que estamos produzindo". Apesar do filme não fazer jus a muitos elogios e muito menos o "Linha de Passe", de Walter Salles, fico feliz por estarmos muito mais preparados para disputar "Oscars" e, mais ainda, por estarmos produzindo cultura com qualidade.

Lembro que em 2003 fazíamos, nós do Movimento Estudantil da UFSM, uma manifestação no Santa Maria Shopping porque o filme "O homem que copiava", de Jorge Furtado, ficou apenas dois dias em cartaz. Conversamos com a gerente das salas de cinema e ela argumentou: "Ninguém vem assistir filme brasileiro, o povo gosta de coisas de Hollywood".

Realmente o público não tinha prestigiado o filme brasileiro. Porém, as sessões não lotavam também com o "Homem-Aranha" e nem com as outras bobagens que passava na época naquelas salas. Tanto é verdade que as salas de cinema de Santa Maria chegaram a fechar as portas por vários meses no ano passado.

Hoje o cinema brasileiro é mais produzido, o áudio e as imagens são melhores e o roteiro é mais elaborado. Também, hoje se tem mais incentivo à produção cultural do que há oito anos atrás e isso é mais que verdade.

Em 2003 também foi o ano que "Cidade de Deus", de Fernando Meirelles, chegou ao quase Oscar. Cheguei a participar de um debate acalorado na Universidade de Udine (Itália) sobre filmes estrangeiros e um dos mais polêmicos era o nosso brasileirinho.

O que mais gosto é que os filmes fogem um pouco dos romances e das elites mostradas nas nossas novelas e retratam um pouco mais da realidade brasileira. Mas estas sim são famosas e admiradas em várias partes do mundo. Em Cuba já passou "A próxima vítima" , "Quatro por quatro" e outras tantas e são mais bem quistas que as mexicanas (que são muito aquém das nossas) que passam no Brasil.

Hoje a gente já consegue escutar: "vamos ao cinema, está passando um filme brasileiro legal". Antes quando a gente convidava para assistir um filme brasileiro era perigo perder a cia para o filme.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

O homem lúcido

"O homem lúcido sabe que a vida é uma carga tamanha de acontecimentos e emoções que nunca se entusiasma com ela, assim como não teme a morte.
O homem lúcido sabe que viver e morrer são o mesmo em matéria de valor, posto que a Vida contém tantos sofrimentos que a sua cessação não pode ser considerada um mal.

O homem lúcido sabe que é o equilibrista na corda bamba da existência. Sabe que, por opção ou acidente, é possível cair no abismo, a qualquer momento, interrompendo a sessão do circo.
Pode também o homem lúcido optar pela Vida. Aí então, ele esgotará todas as suas possibilidades.

Passeará por seu campo aberto e por suas vielas floridas. Saberá ver a beleza em tudo.
Terá amantes, amigos, ideais. Urdirá planos e os realizará.
Resistirá aos infortúnios e até às doenças. E, se atingido por algum desses emissários, saberá suportá-los com coragem e mansidão.

Morrerá o homem lúcido de causas naturais e em idade avançada, cercado por filhos e netos que seguirão sua magnífica aventura.
Pairará então, sobre sua memória uma aura de bondade.
Dir-se-á: aquele amou muito e fez bem às pessoas.

A justa lei máxima da natureza obriga que a quantidade de acontecimentos maus na vida de um homem iguale-se sempre à quantidade de acontecimentos favoráveis.

O homem lúcido que optou pela Vida, com o consentimento de Deus, tem o poder magno de alterar esta lei. Na sua vida, os acontecimentos favoráveis estarão sempre em maioria.
Esta é uma cortesia que a Natureza faz com os homens lúcidos."

Texto Caldaico do VI século a.c.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Distância

A distância é uma coisa louca. Quem disse que amor e amizade não resistem à distância?

Hoje recebi uma ligação maravilhosa. Amigo querido!Amado!
Tenho certeza que esta amizade é ad eterno!
Relembramos as coisas vividas, as risadas, os sorrisos, as bebedeiras, contamos nossas angustias atuais, as preocupações, os sonhos, os planos, os desejos. Gostoso demais.

Esta é uma das coisas que mais gosto, que mais tenho prazer: receber ligações de entes queridos.
Certo dia, talvez já tenha escrito algo sobre isso neste blog, eram 4horas da manhã e toca meu celular a cobrar. Acordo meio “grog” de sono e me assusto, era meu irmão me ligando. Problema: foi o que pensei que fosse.

Atendo e ele diz: “Mana, é só pra te dizer que te amo e que estamos aqui eu e a Dani tomando uma cerveja e lembrando de ti! Queríamos que tu estivesse com a gente!”.
A felicidade foi tamanha que devo ter dormido a noite toda com um sorriso no rosto.

Nesta mesma semana meus amigos de Santa Maria me ligaram a noite: “Jê, estamos todos aqui escutando uma MPB e tomando uma cervejinha!Está tocando a tua música e lembramos de ti! Só falta tu!”

Tem coisa melhor que isso?Não! Ou melhor, tem sim. Melhor que sentir saudades e escutar que sentem a nossa falta é matar a saudade de todos.

Saudades, saudades, saudades!Saudades dos meus amigos de longe!!!

E agora?


O telefone toca várias vezes, vejo as ligações 4 horas depois. Madrugada, como retornar alguém com a idade avançada que possui às 3horas da manhã?
Mas e se fosse algo urgente?e se tivesse morrido alguém? Ou alguém-querido estivesse precisando de ajuda?

Enfim, retorno no dia seguinte. Preocupação confirmada. É de ajuda que precisa.

Ligo, converso, pede ajuda, choro e choro, palavras de consolo, palavras de carinho, pedidos de desculpas, soluços, silêncio, então: “vêm pra cá?”.

Desligo o telefone, caio no choro. E se? E se? Mas e se?E agora?
Será que não vou me arrepender depois?Será que vou conseguir? Será que dou conta?
Várias perguntas sem respostas!

Olhos molhados, mente a mil, mãos que tremem, coração que aclama, que aperta, que torce, que reza, que espera, que acredita, que tem fé.

Noite mal dormida, sono que não vem. Pensamento nas tantas possibilidades, soluções e principalmente no problema.

Passado uma semana, acordo confiante. Vai dar certo. Vai ser difícil? Talvez!Mas vai dar certo!

Se não fosse para dar certo com certeza não teria tocado meu celular aquela noite.

Fale Conosco

Responder um “Fale Conosco” é uma experiência diferente. Percebemos que as dúvidas, anseios e críticas são quase sempre as mesmas. Porém, também percebemos as diferenças regionais e culturais que o nosso país possui.
Estas dúvidas muitas vezes são inocentes, para não dizer, óbvias, outras intrigantes, outras renovadoras, outras inovadoras e ainda tem aquelas engraçadas e até umas revoltantes se apresentam.

Uma vez lendo aqueles e-mail’s/piadas enviadas por amigos, dei muita risada quando o cara contava sobre as visitas e assessorias técnicas que prestava na área de informática.
Esta semana mudei de sala e tiveram que configurar meu computador novamente na impressora. Já tinham configurado e eu na correria do cotidiano do trabalho não conseguia imprimir. Chamei o técnico de maneira “urgente”, como quase todos os e-mails’s que leio e respondo do Fale Conosco.
Chega o técnico em minha sala, liga a impressora e me solicita para “tentar” imprimir novamente. Me senti dentro da piada contada pelo técnico do e-mail recebido por amigos.
Nestas horas a gente percebe o quão boba, desligada ou, porque não dizer, ignorante que podemos ser. Ignorante no sentido de ignorar, de não ter conhecimento da questão, não no sentido de ser estúpido.

Hoje li um e-mail de um senhor do norte e ele pedia urgentemente por informações que já estão disponíveis no site do GTE (Grupo de Trabalho Eleitoral do Partido dos Trabalhadores) há meses. Ele escrevia vosseis para vocês, veriadoura para vereadora, mandaci para mandassem, acina para assina. Confesso que dei risada de seus erros e depois me envergonhei por ter rido da simplicidade do Senhor de 73 anos.

E neste complexo todo de tecnologia e internet a gente vai tentando mudar o mundo.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Quero o cheiro de fruta madura!

Cheguei em casa e percebi que as frutas compradas pela minha mãe, há um mês, estavam ainda em quase perfeito estado. Triste. As frutas não têm mais o gosto de antes. Nem o prazer da lembrança pelo gosto e pelo cheiro não podemos mais sentir.

Na minha infância subia nas árvores da casa do meu avô para pegar as goiabas mais maduras que conseguia alcançar. Apanhava apenas as que ia comer ou que daria aos meus irmãos e primos, pois logo as goiabas (vermelhas ou brancas) apodreciam e enfestavam todo o ambiente em que as depositava.

Hoje as frutas murcham até o limite das sementes e não cheiram - como dizia meu irmão pequeninho: "não tem mais o cheiro do fedor".

Era goiaba, laranja, pêra e maça. Todas murchas e sem cheiro na cesta.

Quero o cheiro de frutas maduras novamente!

Ponto para a pontuação!

Show da língua portuguesa!

Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu papel e caneta.Escreveu assim:"Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta Do padeiro nada dou aos pobres."Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava a fortuna? Eram quatro concorrentes.

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga aConta do padeiro. Nada dou aos pobres.

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga aConta do padeiro. Nada dou aos pobres.

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez estainterpretação:Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga aConta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.

Moral da história:'A vida pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras. Nós é que fazemos sua pontuação.E isso faz toda a diferença... '

terça-feira, 3 de junho de 2008

Saudades a gente só tem de quem a gente gosta!


Quando era criança, um dos meus maiores prazeres era sentar no colo do meu avô ou padrinho e ficar passando a mão na barba deles. Até hoje meus olhos brilham quando passo a mão na barba rala do João Marcos, meu maninho amado.

Saudades......

Ás vezes acho que a minha maior inspiração - se é que ela existe - para escrever textos neste blog é a saudade. Saudade da minha terra, da minha mãe, dos meus manos, dos meus amigos gaúchos.

Mexendo nas saudades neste domingo, olhei muitas fotos. Peguei a caixa das fotos antigas e chorei. Chorei de saudades e chorei de felicidade por ter vivido tanta coisa boa.

Não resisti e fiquei horas montando uma do lado da outra até ficar uma só história, uma só memória. Eu bebê no colo do vô, começando a caminhar, brincando com meus irmãos, cuidando da minha priminha Lari, fazendo quinze anos, no trote da faculdade, no intercâmbio da Itália, no Projeto Rondon de Pernambuco, no bloco da Ivete no Pré-carnaval de Aracaju, nos churrascos e piscinas com meus amigos da faculdade, fotos de toga na formatura, da minha vó com 80 anos, da minha mãe comemorando os seus 50, no casamento do meu primo Igor, do James cabeludo, do James carequinha, do João Marcos na formatura.....

Fiz uma montagem e coloquei em uma moldura linda, tão linda quanto a história que foi montada em fotos. Esta vai embelezar a parede do apartamento e preencher os espaços vazios que a saudade vai deixando. Mas como diz a música do Peninha: "Ter saudade até que é bom. É melhor que caminhar vazio"

E como eu sempre digo: "Saudade a gente só tem de quem a gente gosta!"

Saudades, saudades!

Cuidado com seus desejos: eles podem se realizar!

Quarta-especial!
Muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo.

A gente comenta que quando acontece alguma coisa ruim vem várias juntas. Quem sabe....

Quem sabe também quando acontece algo de bom, venha uma cadeia de momentos bons juntos. Talvez seja porque estejamos mais receptivos a coisas boas ou ruins.
Quarta-feira retrasada, por exemplo, foi repleta de bons motivos para serem comemorados.

Estávamos fechando os últimos detalhes para o I Congresso Nacional da Juventude do PT. Correria Geral!!!
Não bastasse isso peguei meu carro novo, comprado na segunda-feira anterior, e fui assinar o contrato com a imobiliária, iria me mudar no outro dia! Na correria da organização de um evento nacional, fazer uma mudança seria o pesadelo para qualquer um.

Mas para quem estava com a mãe há uma semana juntinho e que poderia ter o colo tão gostoso do final do dia, isso era moleza!

A semana acabou com carro novo, apartamento novo, emprego novo, saudades da mamis minimizadas e com a nossa vitória no segundo turno com 52% dos votos.

A Secretaria Nacional da Juventude do PT é nossa!!!Nossa da CNB! Vitória suada!Suada de tanto trabalho, de tanta garra, de tanta força!

A festa da vitória foi linda!

Gritávamos:
"Meu presidente é Berzoini, minha secretária é Severine!"
"Mulher de garra, não tem igual!Severine Secretaria Nacional"
"O Sonho já chegou!Prepare uma avenida que a gente vai passar!"
"Pode tremer!Pode Tremer!Unificou a Juventude do PT"

e tantos outros gritos. A garganta que o diga!Fiquei três dias sem voz.

Bom, muito bom!dá até medo de desejar mais coisas!

P.S: Aos meus amigos que estavam reclamando que eu não estava escrevendo mais no blog, está aí os bons motivos da minha ausência virtual.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Moradores de Rua


Uma pesquisa realizada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) revela que os moradores de rua não é composta por "mendigos" e "pedintes". De acordo com a pesquisa, apenas 16% dessas pessoas pedem dinheiro para sobreviver. 59% afirmaram ter profissão, principalmente relacionada à construção civil, ao comércio, ao trabalhado doméstico e ao serviço de mecânica. Dos entrevistados, 48% disseram que nunca tiveram a carteira de trabalho assinada.

Quanto aos vínculos familiares, o estudo também traz uma surpreendente informação: 52% dos entrevistados declararam que têm algum parente na cidade onde vivem. Destes, 34% mantêm contatos freqüentes com a família e 39% classificam como boa essa relação. Foi detectado também que 46% sempre viveram no município em que moram atualmente.

O levantamento identificou uma predominância masculina (82%) entre as pessoas que vivem na rua. A maior parte, 53%, entre 25 e 44 anos, sendo que 30% se declararam negros, índice bem acima da média nacional, que é de 6,2%. Já o percentual dos que se consideram brancos é de 29,5% (54% entre o conjunto dos brasileiros).
Em relação à freqüência à escola, o levantamento mostra que 95% não estudam atualmente. Do universo pesquisado, 74% sabem ler e escrever, mas 63,5% não concluíram o ensino fundamental. A renda, na maioria dos casos, varia de R$ 20 a R$ 80 semanais.

Os problemas causados pelo alcoolismo e as drogas são apontados por 35,5% dos entrevistados como o principal motivo para passar a viver na rua. O desemprego, com 30% das citações, e os conflitos familiares, com 29%, compõem o quadro de razões que os levam a viver nas ruas.

Segundo o MDS essa é a primeira iniciativa nacional de identificação dos problemas e das dificuldades da população que vive em situação de rua e que, com base nos resultados da pesquisa, pretem aprimorar a proposta de política nacional voltada para esse público, articulando ações juntamente com outros ministérios.

Fonte: Assessoria de Comunicação

quinta-feira, 1 de maio de 2008

"Palavras e transformação social"

*Sócrates Magno Torres

Camaçari – Bahia – Brasil

"As palavras sempre serão um grande meio de demonstrar as idéias, opiniões e sentimentos que temos sobre os diversos aspectos da vida. Podemos divertir, sensibilizar, argumentar, convencer, persuadir... Apenas com o uso das palavras.

A grande diferença da sedução, tal qual a propedêutica, está justamente no argumento do brilho nos olhos, no arrepio da pele. Conseguir transmitir, através de meios não verbais, a nossa paixão pelas idéias e ideais que defendemos com o uso eloqüente, ou não, da palavra é o grande desafio dos transformadores sociais.

Na caminhada vital, nos deparamos com pessoas, leituras, imagens e situações que acabam por forjar o nosso olhar para as coisas do mundo. Muitas vezes, temos o privilégio - ou magnetismo - de encontrar seres iluminados e participar de momentos históricos que fazem com que a compreensão da complexidade da vida seja bem menos dolorosa.

Quando estamos seduzidos, nossos olhos adquirem o poder de enxergar um espectro de cores muito mais vasto. Os sons, as escalas, se tornam bem mais harmônicos ou o oposto verdadeiro. A mente se converte em um ventre fértil para a procriação de novos e determinantes pensamentos.

No caso dos homens públicos, o grande perigo nestas ocasiões é justamente ser conduzido para uma clausura mental e exílio moral, depois ter a mente “lavada” por argumentos dogmáticos ou pela domesticidade e pragmatismo que caracterizam as relações de poder.

A diferença destes argumentos, muitas vezes convincentes, é a falta do fator contraditório, dialético. A ausência de uma discussão aprofundada, calcada em princípios deontonicos e de interesse coletivo, fazem com que a palavra se converta em uma retórica barata e vazia, que não se sustenta ao longo do tempo. O que seria libertário tornasse opressor e antidemocrático.

Estas diferenças são fragrantes quando procuramos diferenciar os conceitos de “multiplicadores” e “formadores de opinião”. Quando os primeiros agentes são os grandes defensores destas tais teses, o conjunto da sociedade permanece longe das decisões. O conceito de poder pelo poder emerge, eclipsando o brilho do que poderia ser uma vitória do povo, lançando um holofote individual para os que alimentam a sanha das vaidades.

Por outro lado, se buscarmos defender idéias em um ambiente aberto ás discussões, agregando cabeças pensantes e éticas, consegue-se chegar a um novo pensamento compartilhado e de maior interesse social. As idéias deixam de ter “dono”, os projetos saem do campo individual e passam a representar a síntese dos anseios da população. Desta maneira, conseguimos construir um diagnóstico mais preciso dos pensamentos e demandas da sociedade, que se encontram difusos subliminarmente no inconsciente coletivo.

O poder da palavra é inexorável. O grande desafio é construir um juízo de valor que nos proteja dos sofistas de plantão e dos que oportunistas que utilizam a boa fé das pessoas para construírem seus castelos de areia. O cidadão de bem necessita participar ativamente das transformações que lhe dizem respeito diretamente. Apenas assim, avançaremos para uma sociedade mais justa e igualitária."

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Rancho

Olhem o tamanho da família, a dieta alimentar de cada país, a disponibilidade de alimentos e a despesa com comida, em 1 semana. É chocante.

1 - Alemanha: Família Melander de Bargteheide.Despesa com alimentação em 1 semana: 375.39 Euros / $500.07 dólares



2 - Estados Unidos da América: Família Revis da Carolina do Norte Despesa com alimentação em 1 semana: $341.98 dolares

3 - Italia: Família Manzo da SecíliaDespesa com alimentação em 1 semana: 214.36 Euros / $260.11 dolares

4 - México: Família Casales de Cuernavaca Despesa com alimentação em 1 semana: 1,862.78 Pesos / $189.09 dólares

5 - Polônia: Família Sobczynscy de Konstancin-Jeziorna Despesa com alimentação em 1 semana: 582.48 Zlotys / $151.27 dólares



6 - Egito: Família Ahmed do Cairo Despesa com alimentação em 1 semana: 387.85 Egyptian Pounds / $68.53 dólares

7 - Equador: Família Ayme de Tingo Despesa com alimentação em 1 semana: $31.55 dólares

8 - Butão: Família Namgay da vila de Shingkhey Despesa com alimentação em 1 semana: 224.93 ngultrum / $5.03 dólares


9 - Chade: Família Aboubakar do campo de refugiados de BreidjingDespesa com alimentação por semana: 685 Francos / $1.23 dólares


Dá prá pensar...

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Miss Imperfeita


Para completar as reflexões do "ser ou não ser" desta semana e porque me identifiquei com a crônica .

*por Martha Medeiros

'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio das refeições, levo os filhos no colégio e busco, almoço com eles, estudo com eles, telefono para minha mãe todas as noites, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas! E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.Primeiro: a dizer NÃO. Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero. Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros. Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

Você não é Nossa Senhora. Você é, humildemente, uma mulher.E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada,não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável.

É ter tempo. Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para dançar sozinha na sala. Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias. Cinco dias! Tempo para uma massagem. Tempo para ver a novela. Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza. Tempo para fazer um trabalho voluntário. Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto. Tempo para conhecer outras pessoas. Voltar a estudar. Para engravidar. Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado. Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. Existir, a que será que se destina? Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem. Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si. Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ire vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.

Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

O que é ser feliz?


Me senti realmente mudada. Mudada de casa, de cidade, de lar, de canto.

Cheguei no meu cantinho em Santa Maria e não tinha mais nada. Poucas roupas (todas de inverno), vários casacos e mantas de lã. Uma sacola de livros que ainda colocarei na estante do meu apartamento em Brasília e alguns porta-retratos vazios.

Andando hoje pelas ruas brasilienses fiquei pensando se é realmente isto que quero pra minha vida.

Quantas vezes nos deparamos com momentos de reflexão, de introspecção. Mas hoje foi forte. Faltou somente o castelo de Gorizia, o vinho italiano e o friozinho europeu para completar.
Tem pessoas que quando se deparam com pessoas que tiveram sucesso acreditam que foi muito fácil "subir na vida". Será que foi mesmo?
Já conheci diversas pessoas de "alto escalão", poderia assim dizer, que dizem que esta escalada não foi assim tão fácil. Muitas vezes menos ainda se manter onde estão.

Mas será que pra "vencer na vida" precisa ser tão difícil?

E o que é vencer na vida?
É ter carro, dinheiro, poder de decisão, prestígio, glamour? ou é ter um maridão, um casal de filhos e ter um dinheirinho para visitar a família e a praia uma vez por ano.

O que é ser feliz?é um pouquinho de tudo isso? e o que é gozar as coisas boas da vida?

Bem.....já bate uma hora da manhã no relógio. Hora de dormir.

Somente isto

Quero olho no olho,
retidão de caráter,
esperança,
alegria e
honestidade como motivo de orgulho

sexta-feira, 28 de março de 2008

Voz e Vilão trucidados

A coisa mais gostosa de fazer em Santa Maria (RS), fora estar com minha mãe e manos, é escutar uma boa mpb numa Voz e Violão. Há meses queria encontrar o "Ponto de Cinema" de Brasília.

Nada. Até encontrei um barzinho ou outro com música boa, mas o ambiente não era aprazível. Ou o ambiente era bacana, mas sem a boa música para os ouvidos.

Ontem nos deparamos com o "Quem Temperou?".
Bom lugar, boa música, boa comida.

Não é que a Polícia bate as 23h30 para acabar com a música? O músico se indignou, com toda razão.
Dizia ele: a trinta anos trabalho com música e nos últimos anos não consigo mais lugar para tocar. Agora mais esta limitação de horário.
E vem o policial: "recebemos três reclamações da 302 sul."
- Dane-se a 302 sul, diz uma cliente - nada contente com o final da noite.

Segundo a dona do restaurante começarão a música mais cedo para cessar às 23h, como manda as novas regras do amado Arruda (mais conhecido como Comigo-ninguém-pode aguentar).

Mas é realmente um absurdo não ter um bar gostoso para virar a noite tomando uma cervejinha e esquecer a frieza e distanciamento entre as pessoas desta cidade.

Gostoso é fechar bar às 6horas da manhã como fazem(os) os gaúchos.
Aqui uma hora da manhã soa o toque de recolher nos bares. Chega a ser piada e a não dar vontade de sair de casa pra acabar a noite às 02 da manhã.

Vergonha!

Se houvesse drogas no local, baixaria, funk (não me contive!) até vá lá.
Mas, trabalhadores, no final de seus expedientes, com seus amigos, conversando e discutindo as mazelas que vivemos no dia-a-dia, não merecem. Não que eu defenda que os funkeiros, drogados e outros mereçam. Longe disso.

Mas não estamos em período de ditadura! Quero ficar na rua até a hora que eu quiser!!!!!e de preferência com uma boa música de Chico Buarque cantada por uma voz melodiosa.

segunda-feira, 17 de março de 2008

POA a um passo!!!!!

Agora só falta recuperar a capital gaúcha!

PARABENS MARIA DO ROSÁRIO!!!!!!!És tu a nossa candidata!

Quero ver mais projetos como o Orçamento Participativo tomarem as ruas, conquistarem a sociedade.
Quero ver cada vez mais as pessoas se apropriarem de espaços de poder e de decisão, através de programas nossos. Nossos porque somos sociedade, nossos porque somos povo.

Quero ver as ruas tomadas de gente. Gente de todas as cores, de todas as raças, de ambos os sexos, de todas as opções sexuais.
Quero ver as avenidas tomadas por todas as bandeiras sociais. Aquelas rasgadas de tantos anos estarem expostas no tempo, na chuva, nas lutas.

Bandeiras vermelhas, bandeiras coloridas, bandeiras roxas.
Quero ver a cidade que criou o Fórum Social Mundial tomada de gente de novo. Lotada de pessoas que sonham em mudar este mundo. Este mundo, que como o Brasil, é repleto de lugares lindos, de belas praias e gente bacana. Mas é recheado de problemas sociais, desigualdades entre classes e crianças passando fome.

Eu acredito que este Brasil tenha jeito. Acredito mesmo. E é por isso que levanto todos os dias com ânimo.
Já vi Porto Alegre com hotéis lotados, com acampamentos transbordando de sonhadores e guerreiros. Debatedores que viravam noites pensando em como transformar este mundo em um OUTRO MUNDO, pois sabemos que UM OUTRO MUNDO É POSSIVEL.

Quero ver a sede disto tudo, capital gaúcha, capital amada do meu Rio Grande do Sul, comandada novamente pelo povo.

Dále Maria do Rosário!!!!!
Estamos contigo!!!!!

terça-feira, 11 de março de 2008

Me Nego


Me nego a tolerar a intimidação
Me nego a aceitar as mentiras e as calúnias
Me nego a agüentar a arrogância
Me nego a ser apática à discriminação
Me nego a deixar de ser mulher
Me nego a não ser sorridente ao menos uma vez ao dia
Me nego a perder meu sotaque gaúcho
Me nego a não lutar por tudo aquilo que acredito
Me nego a consentir as injustiças
Me nego a não ter boa vontade para ajudar alguém
Me nego não ter posição neste mundo
Me nego a não ser fiel aos meus princípios e ideais de vida
Me nego a acreditar em pessoas que uma vez foram falcatruas
Me nego a desistir dos meus sonhos
Me nego a não combater a hipocrisia
Me nego à posição de neutra em qualquer situação
Me nego a acreditar que este Brasil não pode ser uma Grande Pátria
Me nego a não ser reconhecida como brasileira
Me nego não ser apaixonada pela vida
Me nego a não ser alguém que mude as percepções sobre este mundo.

sábado, 1 de março de 2008

El Hambre es un crimen!!

Poderíamos, tranquilamente, traduzir este texto para português e trocar Argentina por Brasil. Excelente!


Ni un Pibe Menos
El Hambre es un crimen. Hay que detenerla. Sí o sí. Porque en nuestro país no faltan ni alimentos, ni platos, ni madres, ni médicos, ni maestros, faltan en cambio la voluntad política, la imaginación institucional, la comprensión cultural y las ganas de construir una sociedad de semejantes que asegure a nuestros hijos las oportunidades vitales para que puedan crecer con dignidad. Es imperativo terminar con un sistema económico -que en la mayoría de los casos- no da hijos sino hambre, que no da futuro sino Paco, que talla caricias olvidadas en cuerpos olvidados.

Niños hermosos nacen a la muerte aunque ya todos sepamos que la infancia es el principal recurso natural no renovable de nuestro país, ya que la mayoría de las capacidades humanas quedan -de alguna manera- determinadas durante los primeros años de vida cuando los niños están haciendo ahora mismo sus huesos, criando su sangre y ensayando sus sentidos.La infancia es por lo tanto la gran oportunidad de la sociedad para mejorarse a sí misma en lo biológico, en lo cultural, en lo económico, incluso en lo político.

La infancia es el terreno más fértil para sembrar inteligencia, trabajo, creatividad, justicia y democracia.Sin embargo, los niños se nos mueren de hambre por decenas cada amanecer. Se nos mueren "acabaditos de nacer" mientras los padres lloran por los días hermosos, cuando la vida era azul.

Sin una infancia sana, amasada y entera es impensable una Argentina mejor. Porque un país que mutila a sus niños es un país que se condena a sí mismo. ¿Cuánto tendrán que andar nuestros hijos pobres, para no morirse de hambre, como goteras vivas que desangra las estrellas?

Entre dolores y silencios hay una calle por donde marchan los niños hacia una primavera que se domicilia en los extremos del viento borrando de los calendarios la contribución de sangre a la acumulación capitalista.Pero nuestros PIBES vencerán porque son el golpe temible de un corazón no resuelto: Con ternura y airosos como alas.

Alberto Morlachetti
Coordinador Nacional
Movimiento Nacional Chicos del Pueblo

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Mexeu com ela, mexeu comigo!

Participei esta semana da reunião de avaliação da Campanha de 2007 e de planejamento da Campanha de 2008 dos 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher.
Se repararmos nos dados, nos damos conta que realmente temos que fazer uma mobilização ampliada pelo fim da violência contra as mulheres.

No Brasil a cada 15 segundos uma mulher é agredida. Segundo a Sociedade Mundial de Vitimologia (ligada à ONU), que pesquisou a violência doméstica com 138 mil mulheres de 54 países, o Brasil é o país que mais sofre com a violência doméstica: 23% das mulheres brasileiras estão sujeitas a este tipo de agressão. Sendo, este, um fenômeno universal, pois atinge indistintamente mulheres de todas as classes sociais, etnias, religiões e culturas.

Apesar de estar na Consituição Brasileira, no artigo 5, que todos os homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, vivemos em uma sociedade extremamente machista. Desde autoridades, gestores públicos até os nossos professores, colegas e familiares. Temos que ter presente que as mulheres são sujeitos de direito e que a matriz da violência é o preconceito, o machismo e o racismo.

Por isso que para tal enfrentamento eu só acredito mesmo em soma de esforços. Numa mobilização conjunta entre a sociedade civil organizada, movimentos sociais e governos de todas as esferas para que transformações sociais realmente sejam possíveis, e principalmente a mais profunda e difícil: a cultural.

Pelas palavras da Ex-Ministra da Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres Emíla Fernandes: "Temos que comprar a briga das mulheres, e dizer: "Mexeu com ela, mexeu comigo!""

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Prévias do PT 2008

BOM DE VOTO?

Qualquer militante petista, em busca de informações sobre as prévias partidárias, que se ponha a ler o panfleto de divulgação da pré-candidatura do companheiro Miguel Rossetto se depara com a seguinte afirmação: "Rossetto é bom de voto". A declaração está baseada nos 220 mil votos que o ex-vice-governador fez em Porto Alegre quando era postulante ao Senado em 2006.

Sem levar em conta a dimensão histórica do desempenho eleitoral dos petistas na busca por uma cadeira no senado, a declaração é uma manipulação grosseira do real. Os fatos e os dados colocam os 220 mil votos de Rossetto na capital como o pior desempenho dos candidatos do PT ao Senado desde 1990, quando Delmar Steffen atingiu 90 mil votos – num período ainda de afirmação do partido. Dali em diante, o desempenho dos petistas em busca de uma cadeira no Senado teve sucessivas melhoras na capital dos gaúchos. Raul fez 256 mil votos em 1994, Bisol 262 mil em 1998 e, comparado ao desempenho dos petistas em 2002, quando não conseguimos reeleger nosso projeto no governo do estado, a performance de Rossetto é um desastre: Emília Fernandes fez 283 mil votos e Paulo Paim conquistou 366 mil porto-alegrenses. O significado disto é a perda de um contingente de eleitores petistas que gira entre os 50 mil e 100 mil votos em 2006 em relação ao pleito anterior.

O mau desempenho de Miguel entre os eleitores não pára no comparativo com as demais candidaturas do PT ao Senado. Analisando nossas candidaturas majoritárias de 2006, novamente o pré-candidato teve o mais fraco desempenho. Enquanto Olívio venceu na capital, Rossetto não venceu e ainda fez 35 mil votos a menos que o ex-governador. Miguel também não superou Lula – que teve imensas dificuldades em fazer sua candidatura decolar na cidade e no estado. Recebeu 20 mil votos menos que o Presidente. No cenário estadual, Miguel também não conseguiu superar Lula e Olívio.

Então, o companheiro Miguel não é tão "bom de voto" como querem fazer crer seus apoiadores. Aprofundando ainda mais a análise, até como critério de justiça, temos de verificar os dados das eleições de 1994, quando Rossetto concorreu ao posto de deputado federal, pois no atual sistema eleitoral (que deve ser amplamente reformado), a eleição dos deputados e vereadores é, infelizmente, definida pela pessoalidade. Mostrando cabalmente quem é ou não "bom de voto". Naquele pleito, Miguel foi eleito com apenas 25 mil votos, sendo que apenas 7 mil destes foram conquistados entre os eleitores da capital. Recebeu menos votos que Fortunati, Esther Grossi e Clóvis Ilgenfritz em Porto Alegre.

Para efeito de comparação (levando em conta os dados da capital), a companheira Maria do Rosário, quando concorreu pela primeira vez à vereança foi mais votada que Rossetto concorrendo a Deputado Federal em 1994. Dois anos depois, Rosário, em sua reeleição para a Câmara dos Vereadores, fez 13 mil votos a mais que Miguel havia feito dois anos antes. Na seqüência, as urnas de Porto Alegre sagraram Rosário a deputada estadual do PT mais votada em 1998 e a federal petista com melhor desempenho em 2002 e 2006.

Definido o ponto. Miguel não é "bom de voto". Isto posto, resta considerar o enganoso silogismo colocado no material de divulgação de sua pré-candidatura: sendo "bom de voto", o ex-vice-governador seria o melhor para recompor a Frente Popular. Como? Que legenda partidária se aliaria a um partido que apresenta um candidato com histórica dificuldade de emplacar em Porto Alegre? Ora, os dados eleitorais estão à disposição de todos os partidos, sejam do campo democrático-popular, ou não. Portanto, nossos aliados e adversários estão bastante cientes do potencial de ambos os pré-candidatos do PT e traçando suas estratégias.

Sendo assim, não cabe a manipulação. Se basta um click para o militante acessar o site do TRE-RS e comprovar que Rosário é muito melhor de voto que o companheiro Rossetto. Também basta uma pequena avaliação histórica para o militante reconhecer em Rosário melhores condições para unir o PT e a esquerda, ao contrário do que divulgam os apoiadores de Miguel em seu material de campanha. Nossos aliados do campo democrático-popular ainda lembram que Rossetto estava à frente da política que fragmentou o partido e afastou aliados quando estávamos no governo do estado. Logo, se associarmos aos elementos expostos a maior relação com a cidade e a maior consistência programática da companheira Maria do Rosário, na conjuntura ela passa a ser a única alternativa posta ao partido para rearticularmos o campo democrático-popular, no primeiro ou no segundo turno, e reconquistar Porto Alegre.

Por fim, é bastante importante salientar que as pessoas têm os mais diferentes talentos e isto não é diferente na política. O companheiro Miguel tem virtudes e talentos inegáveis. Entretanto, a conjuntura não é favorável ao que almeja. O objetivo deste artigo foi o de restabelecer a objetividade do debate. Afinal, em 16 de março, os petistas terão de decidir nossa candidatura levando em conta, dentre outras coisas, quem realmente é bom de voto.



Márcio Tavares dos Santos
Secretário Adjunto de Juventude do PT/POA

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Reconstruindo Alicerces

Do convívio com algumas pessoas a gente aprende muitas coisas, com outras nem tanto. Tem algumas que a gente só aprende o "como não ser e como não agir".

Algumas pessoas, em poucas horas de convívio nos ensinam lições para a vida inteira.
Seguidamente levanto as mãos pro céu para agradecer as pessoas que tem cruzado o meu caminho.
Minha mãe, por exemplo, é uma mestre, como sempre digo.
Um dia, em uma favela de Santa Maria, estávamos passando e vimos um casebre quase caindo e eu disse: "como não cai uma casa dessas?" e ela: "não cai porque tem gente morando dentro, se não tivesse já tinha caído". Calei-me subitamente, imersa em reflexões.

Hoje me sinto reconstruindo, fortalecendo, criando meus alicerces novamente.
Uma vez um amigo baiano me disse: "Jê, a gente tem que ter os alicerces muito fortes, pois por melhor que seja a peça de teatro e a nossa atuação, se o Diretor não quiser a gente não entra em cena."

Este mundo não é muito fácil, mas a gente vai vivendo e aprendendo a viver.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Altos e baixos


Comecei o dia muito feliz, pois tinha recebido um convite fantástico no final de semana. Iríamos passar o carnaval em Salvador.

Mas na manhã aula chata, primeira que não precisaria ter assistido, ao contrário das tantas que fiquei boquiaberta de tanto conhecimento transmitido.

Chego no trabalho e finalizo o relatório da ABM-Gestão 2005/2007 que há semanas estava debruçada.

Recebo uma ligação. Ih!mixo o carnaval. Sem carona, sem estadia e com pouca grana e é óbvio: carnaval sei lá onde, mas em Salvador que não será.

Toca o telefone novamente!ebah!é marcada a reunião mais esperada de 2007. Boas novas virão.

Voltando do trabalho meio cabisbaixa - pois quem não sonha em passar o carnaval em Salvador? - resolvo caminhar pelo outro lado da rua. Cheirinho de pão. Nem sabia que do outro lado da rua também tinha padaria. Pãozinho bom, até parece os nossos "cacetinhos" gaúchos.

Ando e ando e me deparo com um som que me lembra Bahia, e muito me lembra a minha infância. Subo as escadas, pois o som do berimbau me chama.
Tem coisa mais gostosa que escutar um atabaque, um berimbau e um pandeiro tocando capoeira?

Ô maravilha!já estou um pouco melhor!
Chego em casa e um e-mail me realça o brilho do olhar.
Espero que, como todo ano, este fevereiro me traga coisas boas.

domingo, 20 de janeiro de 2008

A carne é fraca

Beii
vou virar vegetariana depois desta.

http://video.google.com/videoplay?docid=-6718434770864499282

Suar de prazer

Vamos substituir o vício da dor pela pedagogia do prazer porque, afinal, o que a gente quer é suar, mas suar de prazer.


sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Ser Feliz


Ser feliz não é ter um céu sem tempestades,
caminhos sem acidentes,
trabalhos sem fadigas,
relacionamentos sem decepções.

Ser feliz é encontrar força no perdão,
esperança nas batalhas,
segurança no palco do medo,
amor nos desencontros.

Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso,
mas refletir sobre a tristeza.
Não é apenas comemorar o sucesso,
mas aprender lições nos fracassos.
Não é apenas ter júbilo nos aplausos,
mas encontrar alegria no anonimato.

Ser feliz é beijar os filhos,
curtir os pais
e ter momentos poéticos com os amigos,
mesmo que eles nos magoem.

Ser feliz é deixar viver a criança livre,
alegre e simples que mora dentro de cada um de nós.
É ter maturidade para falar "eu errei".
É ter ousadia para dizer "me perdoe".
É ter sensibilidade para expressar "eu preciso de você".
É ter capacidade de dizer "eu te amo".

Ser feliz não é ter uma vida perfeita.
Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância.
Usar as perdas para refinar a paciência.
Usar as falhas para esculpir a serenidade.
Usar a dor para lapidar o prazer.
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.

A vida é um canteiro de oportunidades para sermos feliz...

Pedras no Caminho? Guardo TODAS, um dia vou fazer um Castelo

"Posso ter defeitos, viver ansioso
e ficar irritado algumas vezes,

mas não esqueço que minha vida
é a maior empresa do mundo,
e que posso evitar que ela vá a falência

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver,
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas
e se tornar autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si,
mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não"
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo.."

sábado, 5 de janeiro de 2008

Paz sem Voz não é Paz é Medo

Minha Alma

A Paz Que Eu Nao Quero

A minha alma está armada

e apontada para a cara do sossego

pois paz sem voz

não é paz é medo

às vezes eu falo com a vida

às vezes é ela quem diz

qual a paz que eu não quero

conservar para tentar ser feliz

as grades do condomínio

são para trazer proteção

mas também trazem a dúvida

se não é você que está nessa prisão

me abrace e me dê um beijo

faça um filho comigo

mas não me deixe sentar

na poltrona no dia de domingo

procurando novas drogas

de aluguel nesse vídeo

coagido pela pazque eu não quero

seguir admitindo

O Rappa
Composição: Marcelo Yuka

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Paz

Pra mim Paz não é aceitar tudo e ter tranquilidade sempre.

Paz pra mim é poder deitar sem pesos na consciência, ter a certeza que fiz a diferença durante o dia que se finda, ter a oportunidade e dizer não a atos de corrupção, mudar concepções dos outros e as minhas durante conflitos de idéias....

Adoro conflitos, pois é na busca por acordos que crescemos, que refletimos sobre as nossas posições frente às situações que o mundo nos apresenta.
Claro que paz é também serenidade de espírito, harmonia, sossego e conciliação, mas jamais aceitação das coisas que não acredito somente para ter paz/sossego e não me incomodar.

Que bom que tem muitas coisas que discordo neste mundo, que bom que tem muitas coisas que me incomodam.

Neste sentido posto um trecho do Poema Paz de Daisaku Ikeda.


"Recusar-se a tolerar a intimidação
faz parte da luta pela paz
Recusar-se a tolerar a discriminação
faz parte da luta pela paz

Recusar-se a tolerar as mentiras e as calúnias
faz parte da luta pela paz

Recusar-se a tolerar a arrogância dos poderosos
faz parte da luta pela paz
Recusar-se terminantemente a tolerar toda e qualquer forma de violência
Essa é a essência da luta pela Paz"

Religião por Religião

Não sou católica e por pura ignorância não conhecia a história e a luta de Madre Teresa de Calcutá.

Até que um dia uma amiga minha me convidou para a Beatificação da Madre Teresa em Roma. Foi dia 19 de outubro de 2003, bem cedo e depois de muita cerveja em comemoração ao meu aniversário na cidade romana.

Confesso que aceitei o convite muito mais para conhecer a capital Italiana do que pelo evento tão esperado por milhares de fiéis.

Chegamos em Roma bem como diz o ditado: "quem tem boca vai a Roma". De carro, com um mapa na mão e alguns amigos fomos nos informando até chegar na cidade eterna.

Nunca imaginei participar de um acontecimento envolta de tantos fiéis, eram mais 400 mil pessoas lotando a Praça San Pietro.

Também nunca tinha imaginado ver o Papa tão de perto e me emocionar tanto vendo ele a meio metro de meus olhos.

O Papa João Paulo II tinha seu carisma especial realmente. E não foi a toa que Madre Teresa de Calcutá ganhou o Prêmio Nobel da Paz há quase trinta anos atrás. Ela nunca participou de manifestação contra a Guerra, somente a Favor da Paz. É.....temos muito que aprender ainda, inclusive com os católicos.

Viva a Vida


A vida é uma oportunidade, aproveite-a
A vida é beleza, admire-a
A vida é felicidade, deguste-a
A vida é um sonho, torne-o realidade
A vida é um desafio, enfrente-o
A vida é um dever, cumpra-o
A vida é um jogo, jogue-o
A vida é preciosa, cuide dela
A vida é uma riqueza, conserve-a
A vida é amor, goze-o
A vida é um mistério, descubra-o
A vida é promessa, cumpra-a
A vida é tristeza, supere-a
A vida é um hino, cante-o
A vida é uma luta, aceite-a
A vida é aventura, arrisque-a
A vida é alegria, mereça-a
A vida é vida, defenda-a

Madre Teresa de Calcutá

La vita è un'opportunità, coglila
La vita è bellezza, ammirala
La vita è beatitudine, assaporala
La vita è un sogno, fanne una realtà
La vita è una sfida, affrontala
La vita è un dovere, compilo
La vita è un gioco, giocalo
La vita è preziosa, abbine cura
La vita è una ricchezza, conservala
La vita è amore, godine
La vita è un mistero, scoprilo
La vita è promessa, adempila
La vita è tristezza, superala
La vita è un inno, cantalo
La vita è una lotta, accettala
La vita è un'avventura, rischiala
La vita è felicità, meritala
La vita è la vita, difendila

Madre Teresa di Calcutta

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Exemplo de Simplicidade

A foto do post abaixo me lembra muito meu avô paterno.
Cigarrinho de palha, simplicidade no modo de viver e sabedoria no uso das palavras certas para dar conselhos aos netos.
Até o tempo do dia seguinte o véio acertava.
Amado demais, querido demais
Saudades......
Que Deus o tenha!

Simplicidade

A afetividade, individualidade e simpatia também são culturais.
Em Brasília as pessoas não podem ser mais frias e individualistas, reafirmei isso nestas minhas férias, passadas no Rio Grande do Sul.

No Encontro de Cidades Integradas do Mercosul passei a semana correndo, andando e percorrendo os corredores do Hotel Itaimbé em Santa Maria. Além de ficar resolvendo os pepinos do evento tinha que olhar nos olhos das pessoas, dar um sorriso ou acenar com a cabeça para cada pessoa que passava por mim.

Não, não estou reclamando.
Pelo contrário, talvez isto tenha sido um dos motivos que me deu força pra resolver as bombas que apareciam. Parece que cada aceno estimulava, motivava e passava boas energias.

Então fui passar o final de ano numa praia na Lagoa dos Patos. Foi gostoso relembrar as férias que passava no local junto com minha família quando era bem pequeninha -praia linda e tranquila para crianças. A pureza está na pessoas também, pessoas simples.

Chegando de carro, percorremos alguns quilometros de estrada de chão e a cada pessoa que passávamos pela estrada tínhamos que levantar a mão para retribuir os cumprimentos de boas- vindas.

É, talvez seja o ritmo da cidade, o pouco movimento ou a "calmaria" que faz com que as pessoas sejam mais acolhedoras em cidades pequenas.

Não troco Brasília por nenhuma cidade do interior, mas foi muito bom sentir este calor humano de novo.

Futuro Melhor

De todos os comerciais que vi e de todos os e-mail de Feliz Ano Novo que recebi, este é o mais bonito!

http://www.youtube.com/watch?v=1dzjMgXQ_KM




"Maximinize as energias
renove o estoque de sorrisos
canalize os bons pensamentos
use o marketing do amor
abrace mais
beije os seus amores
lute pela felicidade plena
e por um futuro melhor
e agradeça sempre por estar neste mundo"