domingo, 21 de dezembro de 2008

Pai

Pai!
Pode ser que daqui a algum tempo
Haja tempo prá gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos
Pai e filho talvez...

Pai!
Pode ser que daí você sinta
Qualquer coisa entre
Esses vinte ou trinta
Longos anos em busca de paz...

Pai!
Pode crer, eu tô bem
Eu vou indo
Tô tentando, vivendo e pedindo
Com loucura prá você renascer...

Pai!
Eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Prá falar de amor
Prá você...

Pai!
Senta aqui que o jantar tá na mesa
Fala um pouco tua voz tá tão presa
Nos ensine esse jogo da vida
Onde a vida só paga prá ver...

Pai!
Me perdoa essa insegurança
Que eu não sou mais
Aquela criança
Que um dia morrendo de medo
Nos teus braços você fez segredo
Nos teus passos você foi mais eu...

Pai!
Eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito
Prá pedir prá você ir lá em casa
E brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar
Ah! Ah! Ah!...

Pai!
Você foi meu herói meu bandido
Hoje é mais
Muito mais que um amigo
Nem você nem ninguém tá sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz
Pai! Paz!...

Fábio Jr
Composição: Fábio Jr.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Presunto


Ontem fiz um sanduíche daqueles de lanchonete..... presunto, queijo, batatinha, alface, tomate e hambúrguer. Gostoso, gostoso.
O presunto e queijo recém comprados, dava pra sentir que eram fresquinhos. Me lembrei de quando trabalhei em uma lanchonete na Itália.

A "véia", mãe do dono da lanchonete, vigiava o nosso trabalho o tempo todo. Mandáva-nos passar na chapa o presunto "passado" para fazer os sanduíches. Me dava um nojo tão grande que sempre quando ela não estava por perto eu colocava fora os presuntos quase verdinhos. A partir de então dificilmente como algo com presunto quando estou fora de casa, mesmo no Brasil. Vai que os brasileiros (finjo acreditar que somos mais higiênicos que os italianos) também tenham esta prática de recuperar presuntos....

Minha experiência não foi muito grande em lanchonete. Realmente não sirvo pra isto.
Mas precisava ganhar uns euros para continuar meus estudos nella nostra Italia. Foi aí que descobri que o pouco de capoeira que sei eu podia ganhar uns euros. Dava aula de capoeira e de "brasiliano" (não, não era de português.)
Ebah!muito mais prazeroso...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O fim da estória*

Duas pequenas declarações de nossa autoria, publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo na edição de segunda-feira (8), provocaram surpreendente reação dos partidos oposicionistas e de seus porta-vozes na grande imprensa. Nossas frases, juntas, mal somavam cinco linhas. Para respondê-las, o Estado Maior da direita brasileira produziu um editorial com 727 palavras, um artigo com outras 823 e uma nota conjunta (assinada pelos presidentes do PSDB, do DEM e do PPS) com mais 284.

O que dissemos para causar tamanha incontinência verbal? Dissemos que o mundo vive uma crise do modelo neoliberal, do qual PSDB e o DEM foram os grandes patrocinadores no Brasil. Óbvio do óbvio. Até as paredes sabem o que desgoverno FHC fez na década passada e o quanto seus sagrados mandamentos (Estado mínimo, privatizações, corte de gastos e choque de gestão, entre outros) estão umbilicalmente ligados à bíblia do neoliberalismo. Os principais gestores daquele desgoverno fizeram a apologia do "fim da história", como se o capitalismo neoliberal pudesse representar a solução para todos os conflitos sociais, regionais e setoriais. Hoje, estamos assistindo ao "fim da estória", aquela estória que nos contaram os "neobobos" que privatizaram o Brasil.

Não há qualquer novidade nesse diagnóstico. Expressá-lo é um direito. Repeti-lo, um dever de todos os cidadãos que não querem a volta do modelo responsável por quebrar o Brasil três vezes e que, hoje, ameaça jogar o mundo inteiro na mais profunda recessão desde 1929.
Nos países centrais do capitalismo, importantes gurus do neoliberalismo já vieram a público reconhecer seus erros. No Brasil, ao contrário, os que passaram a vida papagaiando estes mesmos gurus agora correm para trás da moita e se escondem ali, rezando para que esqueçamos tudo o que escreveram, disseram e praticaram até ontem. Compreensível que reajam de maneira histriônica quando alguém traz à tona a memória de um passado tão incômodo.

Digna de nota, nesse caso, é a comovente solidariedade entre os parceiros do projeto fracassado. PSDB, DEM, PPS e mídia - aqui muito bem representada pelo tradicionalíssimo Estadão - uniram-se no ataque às nossas observações, embora com discursos diferentes.
Enquanto os partidos dizem que não podem ser responsabilizados pela crise, o Estadão repete, em editorial e na coluna de Dora Kramer, a tese cômica de que o presidente Lula deve sua alta popularidade ao fato de supostamente ter mantido os "fundamentos" da era FHC. No espaço diário que mantém no jornal, a colunista parece tão convencida de seu raciocínio que chega a nos dar uma chance de reparação: "Pode ter havido um mal entendido", diz ela. "Se houve, cabe ao PT esclarecer as coisas o quanto antes".

Então vamos aos esclarecimentos. Em primeiro lugar, não houve mal entendido. Dissemos e reafirmamos: o projeto de país inaugurado pelo PT e pelo governo Lula é diametralmente oposto daquele que foi sepultado quando FHC, o PSDB eo DEM deixaram o Palácio do Planalto, por soberana vontade popular.

O governo Lula promoveu um inédito crescimento com distribuição de renda, realizando o maior processo de inclusão sócio-econômica de que se tem notícia na história do país. Para chegar a esse resultado foram fundamentais a reorganização do Estado destruído e dilapidado na gestão anterior, a recuperação dos bancos públicos, o compromisso com os mais pobres, o combate incessante às desigualdades sociais e regionais, a democratização do crédito e dezenas de outras políticas públicas que levaram ao surgimento de um vigoroso mercado interno de consumo e que em nada se assemelham à pregação neoliberal.

Com Lula, o Brasil também abandonou a habitual submissão aos interesses norte-americanos, diversificou suas exportações, privilegiou a integração regional, articulou-se com demais nações emergentes e passou a atuar como protagonista em todos os fóruns internacionais sempre, diga-se, contra a vontade da oposição e da mídia em geral. Por eles, teríamos avalizado a ALCA (Área de Livre-Comércio das Américas), que sacramentava o Brasil como quintal dos EUA e cujo acordo FHC deixou pronto para ser assinado em 2005. Com a economia norte-americana em frangalhos, não é difícil imaginar o que seria do país hoje se o governo Lula não tivesse brecado toda a operação.

Esses são os motivos pelos quais o Brasil é considerado, pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o país mais bem preparado para o enfrentamento da crise internacional. E esses são os motivos da alta popularidade do presidente Lula.

Os que se envergonham do que fizeram não se iludam. Nós, do PT, fazemos questão de promover esse debate. E não para "patrocinar uma volta às origens". As mudanças que promovemos no Brasil em apenas seis anos são a maior prova de que nunca nos afastamos de nossas origens e de nossos compromissos.


*Ricardo Berzoini é presidente nacional do PT
**Paulo Ferreira é secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT*

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A vida é tão frágil. A vida é tão rara.


A vida é realmente frágil. Em uma semana eu e mais duas pessoas queridas sofreram risco de vida. Bati o carro, que deu perda total, meu tio teve avc e meu ex-namorado, e amigo, teve um pré-infarto. Fiquei em choque, em crise, em reflexão. A Jeanne ainda não voltou à ativa. Ainda estou triste, com medo, preocupada, meio deprê.

Daqui duas semanas volto ao meu Rio Grande do Sul, espero encontrar meu tio bem. Espero que a Jeanne volte. Aquela alegre, alto-astral, otimista, festeira, de bem com a vida.

Mas nada acontece por acaso também. Há de haver algum motivo pra cada um destes acontecimentos.

Que o final de ano leve tudo o que de ruim aconteceu e não deixe sequelas.....

E que o ano novo renove ainda mais as nossas esperanças.