sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

SAUDADE, é seu dia!

Palavra única do nosso dicionário, talvez a mais bonita delas, pois é mágica, inspiradora.

Sempre digo que é bom sentir saudades. A gente nunca sente saudade de coisa ruim, só de coisas boas. Se sentimos saudades é porque vivemos coisas boas, conhecemos pessoas marcantes.

"A saudade até que é bom, é melhor que caminhar vazio",
já dizia a música do Peninha.


31 de janeiro, dia da saudade.

Namorado e amigos


No baile de formatura do meu primo encontrei um amigo muito querido, fazia mais de dois anos que não o via. Levantei para ir cumprimentá-lo com um sorriso largo no rosto e me tratou como se eu fosse uma mera conhecida.

Voltei meio cabisbaixa para a mesa e minha mãe comentou: "ué?não era teu amigo? achei tão fria a conversa de vocês". Contei que ele estava com a namorada e que ela era ciumenta. Meu tio e minha tia deram razão a ele e ainda acrescentaram: "quando a gente namora ou esta casado não podemos mais ter amigas, ou amigos no caso das mulheres".

Mas eu pergunto: "Por quê???"
Grande bobagem!!!!
Em que século vivem?

Eu solteira, namorando, noiva ou qualquer que seja a minha situação civil trato meus amigos e amigas da mesma forma. Faço festa ao ver amigos de infância com a mesma alegria.
Amigos e amigas não tem sexo. Esta bem..tudo bem! Claro que têm! Mas aí vai do respeito e confiança que o casal tem na relação. Mas não poder conversar com um amigo de mais de dez anos é sacanagem.
Eu tenho amigos, e eles não mudam de "classificação" dependendo do meu estado civil.

Tenho amigas que quando começam a namorar se isolam. Como se só o namorado existisse, vivem pra ele. Acho muito estranho isso e não concordo, ou melhor, quem sou eu pra concordar ou não. Simplesmente eu não faço assim.

Já acabei relacionamento porque o namorado não gostava das minhas amigas e nem elas dele, pra ajudar minha mãe detestava ele também. Algo de errado há quando isso acontece, não?
Não que meus relacionamentos precisam ser aprovados por todos os meus amigos e familiares. Mas que isso pra mim pesa, pesa.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Em tempo...


A Jeanne voltou à ativa!!

Família


Sempre é bom voltar pra casa. Ainda mais quando amamos quem um dia deixamos na cidade que vivemos por anos. Não nasci, mas cresci em Santa Maria..

Me deu uma vontade muito grande de visitar a casa onde fui criada e vivi 20 anos da minha vida.
Então fomos visitar a casa em Camobicity. Linda!! Está ainda mais linda do que era quando morávamos nela. Espero que aquela família seja tão feliz quanto nós fomos lá.

Reencontrei amigos, como sempre. Fomos ao tão saudoso Ponto de Cinema, no Absinto, no Mariat e em tantos barzinhos com voz e violão que tanto sinto saudade nesta capital que não oferece música ao vivo de qualidade a três/quatro reais o couver.

Passei um mês na casa da mamis. Um mês com meus irmãos, amigos, primos. Tão bom colo de mamãe e risadas com primos e irmãos que quase deu vontade de ficar pelo sul.

No Natal saímos à noite, fomos no Absinto Hall. Um criaredo que parecia que eu estava recomeçando a faculdade. Mas eis que reencontro um “amigo”. Começamos a conversar e a relembrar as festas que fazíamos juntos.

No almoço do dia 25 comentei com minha família que tinha encontrado um amigo e que a primeira vez que ficamos foi há dez anos. Minha mãe deu risada e disse: “e eu que encontrei o Barbozinha que eu namorei há trinta anos”. Minha avó pra não ficar atrás retrucou: “ano passado encontrei meu primeiro namoradinho, mas há 70 anos atrás a gente só podia encostava uma mão na outra”.

Deus queira que eu chegue aos 86 anos com o gás da minha avó (acabo de saber que será bisavó pela primeira vez).

Carinho e Gratidão


Tem coisas que a vida não apaga. Gratidão é uma delas.
Na semana que cheguei a Santa Maria me ligaram: “Jê, tu ficou sabendo do teu ex-namorado? Sofreu um acidente ontem”. Imediatamente liguei para ele. Estava melhor, mas no hospital ainda.
Já em casa, fiz uma visita a ele.

Namoramos três anos. Muitas coisas vividas juntos. Muitas risadas, muitas festas, muitos sorrisos. E quando eu mais precisei de um amigo, parceiro, namorado, ele foi tudo isso.

Não foi a toa que fiz mais de uma visita a ele, e que minha avó e minha mãe também foram visitá-lo. Não foi a toa que minha ex-sogra cobrou a visita dos meus irmãos também.

O companheirismo é uma coisa que independe do sexo e da relação (se é de amizade, amor, coleguismo). E este sentimento nenhum tempo apaga.

Lembro que foi quando descobrimos que a pessoa que mais amo na vida estava passando por um sério risco de vida, e foi ele que me disse: “calma, vai dar tudo certo e eu estou aqui pra te ajudar a segurar esta barra”. Não foi da boca pra fora. Foi um ano de quimioterapia, radioterapia, sofrimento. E ele ali. Sempre junto.

Numa das minhas crises de choro em que eu dizia: “se a mãe teve, eu também terei câncer de mama”. Ele disse: “tu não vai ter, mas se tiver, não tem problema, eu estarei aqui pra te cuidar”. Me acalmou e selou uma amizade para a vida toda.

A vida dá rumos, estradas e futuros diferentes pras pessoas, mas não é por isso que elas deixam de se gostar. Digo e repito: “terás sempre em mim uma amiga.”

O carinho que todo mundo vê em nossos olhos é de pessoas que se gostaram muito e que sentem muito carinho um pelo outro. Que bom! Te quero sempre assim: meu amigo!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Promessa é dívida

Não gosto que me prometam nada. Nunca gostei.

Este é um bom motivo que me faz não prometer o que não posso cumprir. Desde pequena fico esperando quando as pessoas prometem algo. Talvez ainda não tenha aprendido que as pessoas mentem, que passa a vontade, que falam por educacão. E acho que este tipo de coisa não quero aprender mesmo.

Não importa o tamanho nem o que é a promessa. Pra mim promessa é dívida. Sempre foi.
"te ligo", "sábado vamos na festa", "iremos no parque", "no cinema", "nos vemos esta semana", "quando tu passar no vestibular farás a carteira de motorista", "hoje compraremos aquele algodão-doce que tu gosta", "amanhã a gente faz alguma coisa junto, te ligo pra combinar".

A mãe é uma que nunca me prometeu algo que não tenha cumprido. Minto. Acabo de me lembrar que desde meus quinze anos ela promete me apresentar o que tem de melhor na minha cidade natal, São Paulo, e até hoje não fomos juntas para a capital paulista.

Canso de dormir antes de festas e não estar mais animada para ir na festa combinada com os amigos. Não importa. Vou pela parceria, pela promessa, e, claro, por saber que a animação vem rapidinho junto dos amigos.

Se eu não quero fazer algo eu digo antes: "Não vou", "não quero", "não gosto", "não posso".

Mas cada um tem a postura e os valores que escolhe.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Dirceu, o Líder!


Não é a toa que gritamos: "Dirceu, guerreiro!!!Do povo brasileiro!!!"


Entrevista com José Dirceu


A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, tem grande chance de vencer as eleições de 2010, caso seja a candidata do PT para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa é a opinião do ex-ministro José Dirceu, em entrevista publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo no último dia 30.

"Ela, na verdade, a cada mês que passa, conquista a adesão de militantes e dirigentes do PT. Cada dia é mais conhecida no País. É a candidata do presidente Lula, do PT e tem grandes chances de ir para o 2ª turno. (…) Eu não vejo por que nós não possamos vencer essas eleições de 2010", afirmou Dirceu.

Na entrevista, Dirceu falou ainda de sua militância política, suas atividades atuais e sua luta para ser anistiado na Câmara dos Deputados, entre outros assuntos. Leia a íntegra do que foi publicado.

Estado - Três anos depois de ser cassado, o senhor ainda pensa na possibilidade de anistia?

José Dirceu
- Depende. A rigor eu tenho direito à anistia, porque a Câmara dos Deputados me cassou sem provas. Fez uma cassação política, mas não no sentido que os deputados dão, de que uma cassação sempre é política. É lógico que é política, mas no meu caso, formou-se uma maioria, independentemente de eu ser culpado ou não, o que evidentemente é inaceitável. É uma ilegalidade e a Constituição me garante a verdade, a presunção da inocência, a não culpabilidade. Então, eu poderia sim pedir a anistia. Mas tomei a decisão de não fazê-lo até ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal. E tenho certeza que a absolvição vai acontecer. Não tenho medo do julgamento e espero ser julgado o mais rápido possível para que eu possa pedir a minha anistia. Se o STF der sinais ou provas que só vai julgar em 2013 ou 2014, ou seja, 8 ou 9 anos depois que fui acusado de chefe de quadrilha e corrupto, evidente que vou pedir anistia. Até porque acredito que tenho esse direito.

Estado - Qual seu projeto para retomar suas atividades políticas?

José Dirceu
- Faço atividade política, nunca deixei de fazer. Faço ou para me defender, ou para participar como militante da vida interna do PT, ou ainda como cidadão, como profissional. Participo do debate político do País com o meu blog (http://www.zedirceu.com.br/), com entrevistas, palestras. Trabalho como advogado e consultor, sempre tendo em vista um projeto de desenvolvimento para o País. Não trabalho como advogado e consultor olhando só a minha atividade profissional e a minha sobrevivência. Gostaria de voltar plenamente à atividade política, mas não tenho projetos sobre o que vou fazer. O meu projeto agora é me defender, provar minha inocência.

Estado - Durante a Satiagraha, o senhor reclamou de grampo e de invasão em seu escritório. Ainda acha que seus passos estão sendo monitorados por órgãos do governo?

José Dirceu
- Meu caso - e agora tenho a visão de tudo o que aconteceu esse ano - é escabroso, um case mais do que um caso. No começo do ano, soube pela imprensa que o sigilo do meu telefone tinha sido, por autorização judicial de um juiz (Fausto de Sanctis), interceptado a pedido do promotor público do caso Satiagraha. Era o mesmo promotor do caso MSI Corinthians, como também o delegado é o mesmo na Satiagraha e no caso MSI Corinhians (Protógenes Queiroz). Pois bem, até hoje - e basta olhar o inquérito para ver - não há nenhuma fundamentação legal para interceptação telefônica. Mas houve a interceptação, e não só a minha, como a do meu advogado, do assessor que faz a minha agenda, do advogado do escritório a mim associado em Brasília, de um outro assessor meu em Brasília e da Evanise Santos, minha companheira. Essas interceptações telefônicas estão caracterizadas como abuso de autoridade. Eu, infelizmente, não representei contra o juiz no Conselho Nacional de Justiça naqueles meses de abril e maio, quando isso veio a público. Fiquei sabendo pela imprensa, e basta ler o inquérito do MSI Corinthians, para ver que não há nenhuma razão. Na verdade, o objetivo deles já era a Operação Satiagraha. Não sei por que razão, mas toda a investigação da Satiagraha demonstra isso. Inclusive, não há uma única vez a citação do meu nome, e olha que é quase um ano e meio de investigação. No relatório do inquérito eu sou citado naquilo que é uma verdadeira fraude do delegado. Então, o HD, os e-mails e o relatório (da investigação) mostram que havia um objetivo pré-determinado, e depois se procurava encaixar os fatos ao objetivo de me prender e transformar num grande evento sensacionalista a minha prisão. Isso quando eu não tenho nada a ver com a Operação Satiagraha, com o Oportunity e nem com o Daniel Dantas. A própria investigação deles prova isso. Tenho a meu favor que todas as investigações feitas até agora a meu respeito me inocentam.

Estado - Qual a sua relação com o presidente Lula? Se falam, se visitam? Quando foi a última vez que conversaram?

José Dirceu
- Minha relação com o presidente Lula é de companheiro, de amigo e de um ex-ministro, ex-presidente e ex-deputado do PT. Não é a mesma relação que eu tinha antes com ele, uma relação de trabalho, de dia-a-dia, de construção de um projeto. Eu encontro o presidente quando ele sente que existe necessidade. Não o tenho visto com freqüência.

Estado - É verdade que políticos, governadores e integrantes do próprio PT procuram o senhor para discutir assuntos de interesse do governo?

José Dirceu
- Não diria que me procuram. Mas diria ser natural, porque nunca parei de atuar e militar politicamente. Para entender as relações que mantenho com governadores, parlamentares, senadores, deputados, prefeitos e dirigentes do PT é preciso lembrar que militei no partido de 1980 a 2008. São 28 anos, não é pouca coisa. É mais do que natural que eu continue militante. Não é porque não sou mais deputado, nem ministro e porque sou acusado injustamente de corrupto ou chefe de quadrilha, que deixo de ser militante. Não se pode apagar 40 anos de vida política. No fundo, essa questão se eu mantenho ou não mantenho relações políticas com vários políticos é um jogo dos próprios setores da direita, da mídia, para me manter interditado, para eu não fazer política.

Estado - Qual a possibilidade, na sua avaliação, de a ministra Dilma Rousseff emplacar como candidata do PT em 2010?

José Dirceu
- Grande. Ela, na verdade, a cada mês que passa, conquista a adesão de militantes e dirigentes do PT. Cada dia é mais conhecida no País. É a candidata do presidente Lula, do PT e tem grandes chances de ir para o 2ª turno. As pesquisas já estão mostrando isso. O mais provável é que nas próximas pesquisas, depois do Carnaval, a Dilma esteja já com a mesma votação do Ciro Gomes (PSB) e do Aécio Neves (PSDB). Eu acredito que uma candidata apoiada pelo PT e pelo Lula, por uma coalizão que inclua o PSB, PC do B, PTD, o PR - a legenda que indicou José Alencar para ser o vice do Lula duas vezes - e o PMDB tem grandes chances para ir ao 2º turno. Os tucanos se comportam como se o Serra (o governador de São Paulo José Serra) já estivesse eleito, mas essa história está distante da realidade. Primeiro, o Serra tem que disputar com o Aécio; segundo tem que conquistar Minas e o Rio, porque o Nordeste e o Norte ele não vai conquistar; terceiro, São Paulo e Minas, portanto o Serra, serão tão ou mais afetado do que o País pela crise em nível nacional. Minas será afetada por causa da indústria siderúrgica, de mineração e automobilística, e São Paulo pelo serviço financeiro, comércio, serviços gerais, e construção civil. Esse raciocínio de que "o Lula vai ser afetado pela crise", é um jogo da mídia, um jogo de palavras. Por que o Lula vai ser afetado e os governadores não? Não vão ser afetados porque a mídia vai protegê-los e atribuir ao Lula a responsabilidade pela crise? Com esse raciocínio é isso que estão dizendo. Porque fato por fato todos serão afetados pela crise: prefeitos, governadores e presidente da República. A arrecadação vai cair para todos, os investimentos vão ser menores para todos, o desemprego vai valer para todos - a não ser que a responsabilidade - e tudo indica, é o que quer a imprensa - seja só do Lula e não dos governadores e dos prefeitos. Eu não vejo por que nós não possamos vencer essas eleições de 2010. Na verdade, nós estamos no governo. Eles é que têm de ganhar a eleição. E o provável é que nós vençamos e não eles.

Estado - O senhor vai participar na campanha?

José Dirceu
- Não posso dizer o que farei em 2010. O que posso dizer é que vou dedicar todo o meu tempo e esforços, toda a minha inteligência, energia e experiência para ajudar o PT e o Lula a continuar governando o Brasil. Como vou fazer, com qual intensidade e em que nível, depende das circunstâncias e da conjuntura política.

Estado - O senhor acha que o Gilberto Carvalho é o melhor nome para presidir o PT?

José Dirceu
- Seria uma excelente solução. O Gilberto já militou no PT, foi secretário nacional do partido, já ocupou cargos de sua direção em vários níveis, militou no movimento popular, e nas Comunidades Eclesiais de Base. E tem essa experiência extraordinária de governo, de ter sido secretário do presidente nos últimos seis anos. Ninguém melhor, nem mais do que ele está preparado para ser presidente nacional do PT. É um nome excepcional, seria uma grande solução.

Estado - O senhor acredita que a disputa em 2010 será polarizada entre Dilma e o governador José Serra?

José Dirceu
- Não necessariamente. Hoje não se pode afirmar isso de maneira definitiva. A tendência é essa - o Serra ser candidato pelo PSDB, DEM, PP, PPS e talvez o PV; e a Dilma ser a candidata pelo menos do PT, talvez do bloco PC do B - PDT - PSB (se o Ciro não sair candidato por esse último) com apoio, talvez, do PMDB. Outra possibilidade é de o PMDB ficar neutro, ou ter uma candidatura própria. E candidaturas outras têm a do Ciro Gomes e a do Aécio Neves. A do Aécio tudo indica que não se viabilizará no PSDB. A do Ciro Gomes está com dificuldades para se viabilizar. E tem a Heloísa Helena que pode ser candidata pelo PSOL, mas é uma candidata sem idéia, e como sua candidatura mostrou na eleição de 2006, é uma candidata que tende a ir perdendo os votos, redistribuídos durante o debate e o processo eleitoral, quando o eleitor toma outras decisões.

Estado - A crítica que se faz a esses dois (Dilma e Serra) é que seriam candidatos para assumir e administrar o Estado, mas não capazes de unir a sociedade e o Estado, como o fizeram FHC e Lula. Como avalia isso?

José Dirceu
- Essa pergunta leva a uma só solução: teremos que dar um terceiro mandato ao Lula. Por ela, o Lula e o Fernando Henrique têm de ser candidatos. Não é assim. Evidentemente, o Serra tem história e lastro para ser presidente da República. Uma coisa é eu não votar nele e querer eleger a Dilma Rousseff , outra é ele e a Dilma terem ou não lastro para saírem candidatos. E isso eles têm. Os dois têm lastro para serem candidatos.

Estado - De que o senhor vive hoje? Quais são seus rendimentos?

José Dirceu
- Dos mesmos rendimentos dos quais vive a jornalista que me pergunta. Eu trabalho como ela trabalha, 8, 10, 12 horas por dia como advogado e consultor. São profissões como é a de jornalista, não há nenhuma diferença. Trabalho, às vezes, inclusive, nos fins de semana. E eu não mudei o meu padrão de vida. A minha vida continua absolutamente igual todos esses anos.

Estado - Acha que o presidente Lula mudou muito desde que chegou a Brasília e assumiu o poder?

José Dirceu
- Mudou. Muito. Primeiro, porque é presidente da República. Segundo, porque é um líder internacional, um estadista. O mundo reconhece isso. Terceiro, porque ele adquiriu experiência na Presidência da República. Ninguém passa seis anos por esse cargo em vão.

Estado - O senhor se considera um ministro sem pasta?

José Dirceu
- Não. Primeiro, eu não detenho poder nenhum. Eu tenho experiência, relações, solidariedade, companheiros, liderança ainda no PT, apoio no País. Todos sabem que se eu fosse candidato a um cargo eletivo, dificilmente eu não me elegeria. Agora, eu não tenho poder, nem sou membro do governo, nem sou mais dirigente do PT, nem mais membro do Parlamento. Eu não sou um ministro sem pasta. Sou o José Dirceu e na medida em que represento uma parte da história da esquerda brasileira, da luta contra a ditadura, da resistência armada, da luta na clandestinidade, uma parte da construção do PT, nesse sentido eu tenho uma representatividade para participar da vida política do país e ajudar o PT, o governo e a esquerda. Isso não significa que eu tenho poder.


FONTE: O Estado de São Paulo