Existe simbologia em torno de quase tudo que presenciamos, vivemos, somos apresentados em nosso dia-a-dia. A percepção destes símbolos que nos rodeiam são primordiais para o melhor entendimento dos processos e rituais que acontecem a todo momento e nos norteiam frente às barreiras subliminares que desafiam nossa intuição e nos levam a sentir, muito mais que propriamente entender as coisas.
Quando o Arcanjo Gabriel, arauto da “Boa Nova”, apareceu anunciando o aupicioso filho de Deus, que cresceria no imaculado ventre de Nossa Senhora, na passagem da anunciação, presenteou Maria com lírios. A espada contida no centro desta flor enigmática trazia a idéia de uma falo, um instrumento no qual o Espírito Santo seria fecundado simbolicamente naquela que seria a divina concepção.
Com o passar do tempo o lírio tornou-se a representação da fecundidade. Além do poder e simbologia de qualquer concepção, o lírio, sobretudo o do campo, converteu-se em uma forma de aproximação com Deus. Por sua singeleza, profundidade e por florescer de forma livre, o lírio do campo foi associado a representação autêntica do abandono consciente à vontade e aos desígnios Divinos.
Por sua vez, o galanto, que floresce dias antes da chegada da primavera, tem em sua iconografia a mensagem da esperança. O fato de anunciar que o inverno rigoroso dará lugar a campos e vielas floridas, faz com que esta flor precoce seja o elo de ligação entre a provação implacável dos dias frios e sombrios e a estação das cores e aromas primaveris. Ela anuncia, assim como o lírio, que algo que muito esperávamos chegaria de forma quase messiânica.
A chegada radiante de João Guilherme, exatamente no período que antecede a primavera, traz consigo esta mensagem de esperança e o advento de algo que mudará a vida dos que o rodeiam de maneira contudente. Um divisor de águas. Ele chega carregado do amor que une os mundos sensível e inteligível.
Este rebento brota de um ventre irrigado de busca, de curiosidade, em um tempo onde as transformações nos desafiam a cada momento. Em uma era onde a força se converteu em atitude, em que a percepção dos símbolos passaram a ser diferenciais competitivos e norteadores do básico instinto de preservação da especie e até na evolução do processo civilizatório.
Desejo que voce receba esta mensagem como quem recebe um ramalhete de lírios do campo e galantos. Que este afilhado, que nos unirá profunda e definitivamente, seja um ponto de referência, um ritual de passagem, em nossas atitudes perante as coisas, nós mesmos e este universo a qual contribuimos no movimento que nos equilibra e fazem de cada um de nós seres simples e harmônicos. Pequeninos e gigantes.
Um fraterno abraço.
* Sócrates Magno, seu compadre.
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