quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Relato de um parto maravilhoso*


Faço aqui meu relato de parto, para troca de experiências, algo que me ajudou muito durante a gestação, trabalho de parto e parto.

Primeiramente, tive uma gestação muito tranquila. Sem problemas de saúde (a única coisa que me incomodava eram as dores nas costas e a gastrite que agravaram), diminui o ritmo de trabalho (que antes era tido como prioridade e tinha um ritmo doido), engordei apenas 7 kg e fazia aula para gestantes com a doula Fátima de Brasília.

Com 38 semanas estava com um estresse por causa da mudança do apartamento, ficamos 20 dias na casa de amigos. Nos mudamos finalmente no dia 23 de agosto (segunda-feira), e eu preocupadíssima, pois de segunda para terça seria virada de lua cheia. hehe

Na terça-feira, 24 de agosto, tive diversas contrações, quando estavam de 5 em 5 minutos com duração de 30 segundos corri pra médica, Dr. Lucila Nagata, que me examinou e disse que ainda não era hora e que quando fosse eu saberia e ai ligaria pra ela.

As noites de terça até sexta tive contrações fortes com espaçamento de 10 minutos de uma para outra. Porém, durante o dia estas contrações se espaçavam mais, me levando a crer que não teria forças pra esperar até quando o João Guilherme resolvesse vir ao mundo. Amanhecia o dia acabada, pois não conseguia dormir.

Quinta-feira, com 39 semanas, fiz uma ecografia, que dizia que o colo ainda estava fechado e que o bebê estava com 3.800kg. De quinta para sexta perdi o tampão.

Sexta-feira, dia 27 de agosto, fui na consulta ao meio-dia e a médica me informou que já estava com 3 cm de dilatação. Sai da consulta e fui passar minhas coisas para minha colega que ficaria no meu lugar, às 16h estava com contrações fortes e vim pra casa, quase vim de metrô, minha mãe que não deixou. Liguei pro meu marido ir me buscar, pois tinha parado de dirigir na terça-feira com medo de ganhar o bebê no trânsito.

Em casa, tomei um banho quente, fiquei na bola rebolando, a cada contração me agachava, ficava de cócoras e de quatro. Com tantas contrações coloquei tudo pra fora, vomitando e tendo diarreia. Às 19h liguei pro meu marido, que tinha ido dar aula, pedindo que voltasse naquele instante pq já estavam fortíssimas as contrações.

Nesta bela Brasília, onde tudo parece de outro mundo, do primeiro mundo, às vezes não passa de uma cidade do interior de Goiás (nada contra as cidades do interior, falo no sentido do improviso que é nossa saúde). O meu plano (Geap) cobre cinco hospitais, visitei todos no último mês para escolher onde teria o bebê, tudo ok! Eu, em pleno trabalho de parto, ligando para os hospitais e surpresa: três deles com a maternidade fechada devido à falta de pediatras e um sem vagas para parturiente, o único que sobrou foi o Daher que não possui UTI neonatal, o que não deixa nenhuma mãe tranquila. Mas foi a nossa opção.

Chegamos no Hospital às 20h45, demoramos para subir para o quarto, quando subimos a médica fez o toque e já estava com 8 cm de dilatação, ela rompeu a bolsa e descemos para a sala de parto.

Parto normalíssimo!!!Sem cortes, sem analgesia. Às 21h55 nasceu meu bebê lindo!!!!!Perfeito!

A cada contração eu pedia pra ele me ajudar no parto. Foi um baita de um parceiro, companheiro. Logo que nasceu veio para meus braços, ficando ali por uma hora. Depois fomos juntos para a sala de recuperação e o pediatra fez todos os procedimentos do meu lado. Logo subimos para o quarto. No sábado a noite já estávamos com alta e em casa.

Estou sangrando um pouco ainda, mas sem dores.

O João Guilherme está super bem. Mamando, dormindo e mamando, dormindo.

Ah!para surpresa nossa ele nasceu com 3.100kg e 50 cm.

Acho que o que ficou de lição é:
- Que o parto normal é dolorido sim, mas é possível e é lindo!!tenho certeza que minha ligação com meu filho será melhor e maior, pois passamos por aquele momento, sabe? aquele momento que não foi de ninguém mais. Só nosso!Claro que o papai e a vovó que assistiam tudo, estava ali desfrutando da felicidade junto, da emoção, daquele momento mágico.
- Que o parto normal é o fisiológico, é o normal. Acho que cesária é um recurso, óbvio!e faria se precisasse, mas não podemos entrar nas falsas indicações, como no meu caso poderia ser a do tamanho (as três últimas ecografias diziam que ele estava com mais de 3kg e eu tenho 53 kg e 1.50 cm, alguns médicos diriam que eu não poderia parir um menino de 3.800kg).
- Que nem sempre podemos confiar nos exames e nos médicos que nos examinam.
- Que na hora do parto precisamos mesmo é escutar o corpo e agir conforme o corpo pede, sabemos fazê-lo.
- Que a partir da descoberta da gravidez a gente precisa mesmo é curtir, é tão bom!

Amei!Amei tudo e estou amando mais ainda o meu filho que é um anjo!

* Relato feito para as listas de discussão que participei durante toda a gestação: partonatural@yahoogrupos.com.br, gestanteshub@googlegroups.com

5 comentários:

Denise de Moraes Cardoso disse...

Poxa Jeanne, que legal!
A maternidade é mesmo uma coisa linda! Sem palavras, é o verdadeiro amor chegando desde o parto e vai aumentando a cada dia! Parabéns! Muitas alegrias e leitinho pro bebê!
Beijos
Denise
http://jardimdeom.blogspot.com

Sou a Karine. disse...

Olá, li seu relato no e-mail- parto natural
vou te linkar no meu blog...
passa lá também.
bjus

Fabiane Machado disse...

Lindo teu relato, Jeanne! Especialmente, pela tua coragem tão presente em todos os momentos. Muita saúde para vocês!
Beijos
Fabi

Tiane Quadros disse...

Oi,Je! Bom saber como foi sua experiência, fiquei emocionada! E fico pensando como será o meu parto daqui a algum tempo quando resolvermos ter um bebê! Espero poder conhecer seu filho um dia! Saudades! Beijos!

Ronara disse...

Jeanne,
Conheci a Drª Lucila quando minha médica disse que não poderia estar presente na época do meu parto. E Deus é tão bom que me levou até a Drª Lucila, que por sinal, estou com ela até hoje. Meu filho nasceu em 1º de setembro de 1998... já faz quase 15 anos!
Quanto ao Hospital Daher, meu marido teve um acidente e ficou internado lá, necessitando, inclusive, da UTI. Fomos muito bem tratados e, em especial, quero até deixar público nossa admiração pelos profissionais da UTI, que doam sua vida por outros.
Legal saber da bênção que foi seu parto. Parabéns!