sábado, 8 de dezembro de 2007

Da palavra ao combate


Gosto de escrever quando algo me incomoda ou quando a vida, ou eu mesmo, proporciona momentos que fazem com que as pessoas se sintam incomodadas.

Até mesmo porque, como diz no livro de Iyanla Vanzant, quando a gente se sente confortável não está crescendo.


Estava em uma festa e um conhecido diz: "hoje eu vou tentar quebrar um tabu: sempre que trago camisinha para festa não como ninguém".

Comecei a rir e disse: "que bobagem" e ele então me perguntou: "e tu??vai tentar quebrar este tabu também".

Certo que ele achou que eu ia ficar encabulada (se vê que ele realmente não me conhece o suficiente). Então disse a ele que para mim carregar camisinha não era tabu, assim como usá-la.

Para arrematar disse: "sempre carrego camisinha na bolsa, por isso pra mim não é tabu!se não tiver camisinha na bolsa é porque usei e esqueci de repor".

Este rapaz ficou tão sem graça que deu uma desculpa e saiu da roda e não voltou mais naquela noite.

Um amigo meu que estava junto me disse "cheio de dedos": "porque tu disse isso pra ele? vão vir comentar comigo depois!e falar mal de ti."

Como disse a ele na ocasião, aqui repito: enquanto a camisinha for tabu a AIDS e as DST´S continuarão a se espalhar. Não é a toa que participei da Diretoria de uma Instituição de apoio a vítimas desta epidemia por mais de cinco anos. Sou militante da causa e dou a cara à tapa mesmo.

O meu amigo estava preocupado era com a minha imagem perante os meus "novos amigos".

"Vão achar que tu é leviana." me disse ele.

Não me importo. Não me importo porque, como conversava com a Cris e com a Dai esta semana, mulheres independentes pagam este preço mesmo. Ainda mais se são mulheres, independentes e erguem bandeiras. Se estas bandeiras são polêmicas, mais estigmatizadas e criticadas são estas guerreiras.

Mas por algum motivo viemos ao mundo não é?

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